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Com show de Esther, Real Madrid goleia o Sturm e avança na Champions

O Real Madrid goleou o Sturm Graz por 6 a 0 e agora aguarda o confronto contra o Manchester City

O Real Madrid recebeu o Sturm Graz, time austríaco, em partida válida pelas eliminatórias da Champions League Feminina e goleou as visitantes por 6 a 0. Com o apoio do torcedor no Alfredo di Stéfano, as merengues contaram com uma atuação histórica de Esther, que marcou 4 gols, e atropelaram as adversárias com facilidade.

Jogando um futebol rápido e intenso, o Real Madrid sufocava o Sturm, treinado por Cristian Lang. As visitantes mal conseguiam trocar passes frente à pressão alta das merengues e passaram os 90 minutos sem sequer chutar ao gol de Misa. Com a vitória, o Real Madrid garantiu sua classificação e enfrentará o Manchester City pelo segundo ano consecutivo para garantir sua vaga na fase de grupos da Champions League.

Escalações

Alberto Toril teve todo o elenco disponível para a partida, e assim pôde mandar para campo sua escalação ideal. Misa, titular absoluta, manteve sua posição na meta madridista, e Kathellen e Ivana começaram na zaga, com Robles e Olga nas laterais. Zornoza compunha o meio de campo com Toletti e Weir, e o trio de ataque contava com Naomie, Esther e Athenea.

Os austríacos tampouco pouparam esforços para a partida, e começaram com Mariella no gol, Stefanie e Michella nas laterais e Julia e Merle no centro da zaga. Anna Malle e Sophie compunham a dupla de volantes, com Anna Wirnsberger e Annabel como meias abertas. Mais à frente, Julia encostava em Andrea, formando a dupla de ataque.

Táticas iniciais dos times

Desenho tático dos times em campo

O Real Madrid esboçava um 4-2-3-1 no começo de jogo para atacar o Sturm. Zornoza e Toletti se posicionavam mais recuadas, atuando como uma dupla de volantes. As duas participavam ativamente da saída de bola junto das zagueiras, mas também eram importantes para a solidez defensiva da equipe. Assim, Weir tinha mais liberdade para circular por trás de Esther, que atuava no centro de ataque. Olga e Robles, nas laterais, atuavam majoritariamente atacando as laterais dos campos, mas também participavam na saída de bola e podiam também atacar em “diagonal”, partindo do lado para atacar por dentro.

Pela esquerda, Athenea centralizava um pouco mais, circulando por dentro e liberando assim a ponta para Olga. Naomie, pela direita, recebia a bola mais aberta que Athenea, e assim desequilibrava a partir do 1 contra 1. Desse modo, Naomie interagia menos com Esther, Athenea e Weir, focando em atacar a ponta com Robles. As atacantes do Real Madrid circulavam bastante e compunham uma linha de 6 com os avanços das laterais, com Zornoza e Toletti como armadoras.

O Sturm foi à campo pensando principalmente em se defender e em reagir às ações do Real Madrid no jogo. Partindo de um estilo mais reativo, as austríacas montaram um 4-4-2 compacto, que muitas vezes se tornava um 4-5-1 quando Julia, a meia mais avançada, se juntava às volantes para ajudar a marcar Weir. O principal mecanismo ofensivo do Sturm no jogo foi o uso de bolas longas para acionar Andrea em velocidade. No entanto, a camisa 10 croata se via em um cenário com 4 defensoras, as zagueiras e a dupla de volantes, e não produziu muito assim.

Começo de jogo e Real Madrid superior

O Real Madrid começou o jogo com alta intensidade, e dominou os 20 minutos iniciais com facilidade. O Sturm, acuado, baixou suas linhas de marcação para bloquear os espaços do adversário, e seus ataques se limitavam a contragolpes esporádicos. As austríacas, quando tinham a bola, não conseguiam propor o jogo e armar seus ataques com mais calma, pois o Real Madrid subia a pressão e rapidamente recuperavam a bola ou forçavam um chute rifado, que não oferecia perigo.

As merengues focavam seus ataques pelo lado esquerdo, onde conseguiam concentrar mais peças e construir com mais facilidade, enquanto o lado direito com Naomie e Robles era usado como uma válvula de escape. O Real Madrid circulava a bola rapidamente e atacava de forma vertical, usando muito a combinação Olga-Athenea no lado esquerdo para ferir o Sturm. Além disso, a circulação de Weir, Esther, Sornoza e Toletti facilitava as jogadas por dentro. Foi justamente pelo meio, por volta dos 10 minutos, que o Real Madrid teve sua primeira grande chance. Esther saiu de sua posição central e abriu espaço para Weir receber livre na marca de pênalti. A escocesa finalizou sem pressão, mas a bola passou rente à trave.

O empate, no entanto, não ficou muito mais tempo no placar. Cerca de 5 minutos depois, Weir recebeu pelo lado esquerdo e rapidamente soltou a bola para Athenea fazer a ultrapassagem. A ponta cruzou de primeiro para Esther, na segunda trave, cabecear livre e abrir o placar. O gol deu mais calma para o Real Madrid jogar, e assim as merengues dominaram as ações de vez. Pouco depois do gol, com o time da casa circulando a área do Sturm, Zornoza teve espaço para bater colocado da entrada da área. A bola explodiu no travessão e voltou para Athenea, mas a camisa 10 cabeceou por cima do gol.

Primeiro tempo termina com Real Madrid “rolo compressor”

Estrutura de ataque do Real Madrid, com praticamente 6 atacantes muito móveis e duas volantes armadoras.

O Real Madrid manteve o ritmo acelerado e empurrava o Sturm contra seu próprio gol. As austríacas ficaram tão acuadas que, por volta dos 35 minutos, a linha de meio-campo das visitantes marcava na entrada da área. As merengues cercavam a área adversária com 8 jogadoras: Esther e Naomie partiam das pontas para o centro, dando espaço para as laterais. Esther e Weir circulavam por dentro, confundindo assim os encaixes de marcação da dupla de zaga das austríacas, e Toletti e Zornoza avançavam para a meia-lua, pegando os rebotes e acionando as atacantes.

A partir dessa organização, o Real Madrid contava com muita movimentação e trocas de posições de suas jogadoras, pois assim o time confundia a marcação do Sturm. As merengues circulavam a bola com rapidez, preferindo passes curtos para as opções mais próximas, mas atacando bastante pelos lados. Zornoza e Toletti eram as principais articuladoras do time, e eram importantes para realizar passes que rompiam as linhas de marcação do Sturm e assim acionavam as atacantes em partes mais avançadas do campo.

O Real Madrid, através desse mecanismo, conseguiu ampliar sua vantagem aos 37 minutos de jogo. Após uma jogada promissora pelo centro do ataque, Zornoza ficou com o rebote da jogada e teve calma para fazer um belo passe para Esther, que atacava as costas da defesa. A camisa 10 merengue recebeu na linha da pequena área, dominou a bola e girou o corpo para fazer um cruzamento rasteiro para Naomie Feller. A francesa, mesmo pressionada, conseguiu finalizar de primeira e fazer 2 a 0 para as donas da casa. Pouco depois, aos 40 minutos, Zornoza mais uma vez teve espaço na entrada da área e cruzou para Athenea cabecear no travessão.

Volta para o segundo tempo e o Real Madrid mata o confronto

O Real Madrid voltou do intervalo com duas alterações. Com o resultado encaminhado, o time da casa aproveitou para poupar algumas jogadoras, além de colocar sangue novo no campo para manter o ritmo alto dos primeiros 45 minutos. Svava entrou no lugar de Naomie Feller, e passou a jogar na lateral-esquerda. Assim, Olga virava ponta-esquerda, com Athenea passando para a direita. Além disso, Teresa entrou no lugar de Toletti para fazer a dupla de volantes com Zornoza, e atuava mais recuada para liberar Zornoza para atacar mais.

O ritmo alto das jogadoras merengues não diminuiu no segundo tempo, e o Real Madrid produziu duas chances de gol em menos de 5 minutos. Svava, por atuar mais aberta, liberava Olga para atacar por dentro, próxima das atacantes centrais. Zornoza, contando com a posição mais recuada de Teresa, avançava mais e muitas vezes encostava em Esther e Weir por dentro. O Real Madrid posicionava muitas opções por dentro e, assim, criava uma superioridade numérica no meio-de-campo. Desse modo, por ter várias opções na faixa central, o time da casa circulava a bola com bastante velocidade e batia a marcação do Sturm facilmente. Pelos lados, Athenea, Svava, Robles e Olga eram opções em velocidade e eram acionadas no terço final do campo para cruzar para a área.

Com 7 minutos da segunda etapa, o Real Madrid finalmente matou o confronto. As merengues engataram uma jogada muito rápida por dentro e Esther, como uma falsa 9, recebeu na intermediária e lançou Robles pela ponta-direita. A lateral avançou livre pela lateral do campo e cruzou de volta para Esther fazer seu segundo gol e o terceiro do Real Madrid na partida.

Mais substituições, goleada e Esther on fire

Aos 15 minutos do segundo tempo, Toril tirou Zornoza para a entrada de Maite Oroz. A jovem espanhola entrou para jogar ao lado de Teresa, formando a dupla de volantes com a camisa 3. Logo depois, Toril realizou sua penúltima troca ao tirar Weir para a entrada de Møller, que manteve a posição de meia-atacante. O Sturm só realizaria sua primeira substituição com 10 minutos do segundo tempo, quando Julia saiu para a entrada de Uka. Aos 28 minutos, Sophia Bertolo entrou no lugar de Anna Wirnsberger

Pouco depois da entrada de Maite Oroz, Esther sacramentou sua grande noite e a goleada do Real Madrid. Aos 17 minutos, Svava recebeu a bola pela ponta-esquerda, carregou para a linha de fundo e cruzou para a entrada da área. Esther rapidamente invadiu a área e bateu de primeira, com a perna esquerda, para mandar a bola no canto direito do gol de Mariella e fazer seu hat-trick. 4 minutos depois, Esther recebeu mais um passe longo, dessa vez por dentro, na linha da pequena área. A camisa 10 dominou com calma e, cara a cara com Mariella, rolou a bola para o canto do gol e marcou seu quarto gol na partida. Logo depois, Esther saiu para a entrada de Nahikari, e foi ovacionada pelo Di Stéfano enquanto abandonava o campo.

Com 29 minutos do segundo tempo, logo após a segunda substituição do Sturm, Nahikari recebeu na meia-lua e deu um passe de calcanhar para Møller. A dinamarquesa deu um passe em profundidade para Athenea, que invadiu a área pela direita livre e chutou rasteiro e com força para marcar o sexto gol merengue. O Sturm se retraiu de vez e nem arriscava contra-atacar mais, montando duas linhas de 4 bem próximas dentro da área para tentar fechar o espaço entre as linhas que o Real Madrid encontrava.

Trunfo tático: gatilho de pressão e superioridade numérica no ataque

O Real Madrid emplacou seu ritmo acelerado no Sturm, que foi incapaz de superar o “rolo compressor” que Toril montou para o jogo. A vitória avassaladora passa por três principais pontos: a pressão muito bem realizada, a superioridade numérica que o Real Madrid construía e a movimentação extrema das atacantes.

Quando o time merengue tinha a bola, o 4-2-3-1 de Toril se moldava em um 2-2-6. Assim, as donas da casa empurravam o Sturm para trás e colocavam várias opções de passe na última linha do Real Madrid. Zornoza e Toletti (e mais tarde Oroz e Teresa), a dupla de volantes, se posicionavam na intermediária ofensiva armando o time. As pontas alternavam o ataque pelos lados com as laterais, e a dupla de ataque (Esther e Weir no começo, Nahikari e Møller mais tarde) circulavam bastante, saindo da área e confundindo as zagueiras adversárias. Assim, o Real Madrid chegava a ter 6 jogadoras por dentro e 2 mais abertas. Como o Sturm marcava com apenas 2 volantes, as austríacas eram superadas numericamente pelas 6 jogadoras madridistas.

Por fim, a marcação pressão do time de Toril completava o estilo de jogo do time. Já que o Real Madrid agrupava muitas jogadoras onde a jogada saía, o time pressionava logo após perder a bola com muita efetividade por ter, muitas vezes, 4 contra 1 nessas situações. Quando o Real Madrid encarava uma situação onde o Sturm tinha a bola na própria área, as merengues trabalhavam com um sistema de “gatilho de pressão”: o time só passava a pressionar quando via uma fragilidade no passe da adversária, e assim evitava se desorganizar.

O Real Madrid se prepara para pressionar a saída de bola.
A goleira passa a bola para o lado: gatilho de pressão.
Pelos lados, o Real Madrid juntava mais jogadoras (ponta, volante, atacante e lateral). Assim, o time conseguia ter superioridade numérica mais facilmente por fora que por dentro. Por isso, o passe para o lado era o gatilho.

Minutos finais e Real Madrid classificado com louvores

Após o sexto gol do Real Madrid, o ritmo do jogo abaixou e os times basicamente administraram o resultado. Cristian Lang sacou Sophie Maierhofer para a entrada de Gina, mas a substituição não surtiu qualquer efeito com a goleada já emplacada. O Sturm abdicou totalmente de tentar atacar e focou em não sofrer mais gols, enquanto o Real Madrid não viu motivo para continuar acelerando o ritmo do jogo com o placar tão largo a seu favor. Assim, as merengues basicamente circulavam a bola por fora do bloco de marcação das austríacas, mantendo a posse e espontaneamente forçando jogadas em velocidade nas pontas.

O jogo terminou sem novas grandes chances para as donas da casa, que esboçaram um sétimo gol em uma jogada de linha de fundo com Svava. No entanto, sem pressionar muito mais o Sturm, o Real Madrid administrou a goleada e garantiu sua classificação sem dificuldades. Agora, o time aguarda o confronto contra o Manchester City que vai decidir a vaga na fase de grupos da Champions League.

1 comentário em “Com show de Esther, Real Madrid goleia o Sturm e avança na Champions”

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