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Benzema se lesiona, mas Real Madrid bate o Celtic fora de casa

Benzema se lesiona, mas Real Madrid bate o Celtic fora de casa

O Real Madrid atropelou o Celtic por 3 a 0 na estreia da Champions League, mas saiu do jogo preocupado com a lesão de Benzema

O Real Madrid visitou o Celtic nesta terça-feira (6) pela primeira rodada da Champions League 22/23, e venceu por 3 a 0. Com gols de Vinícius Júnior, Modric e Hazard, todos no segundo tempo, o time conseguiu encaminhar bem o resultado, mas sofreu nos primeiros 45 minutos. A pior notícia, porém, foi de Karim Benzema: o francês sentiu o joelho e teve que ser substituído com apenas 30 minutos de jogo. A imprensa espanhola apresentou diferentes informações sobre o estado do camisa 9, mas as últimas notícias apontam que a lesão não é grave.

O primeiro tempo foi cheio de altos e baixos, começando com um jogo em um ritmo muito alto. Logo depois, o Real Madrid conseguiu controlar as ações, subjulgando o Celtic, e teve 10 minutos de superioridade. O time escocês, porém, respondeu rapidamente e voltou a ditar o ritmo do jogo, mas não conseguiu manter por muito tempo e o Real Madrid voltou a ter mais a bola, mas sem produzir tantas chances. Foi no segundo tempo que o jogo madridista encaixou, e 2 gols em 4 minutos deram a tranquilidade que a equipe de Ancelotti precisava. Pouco depois, Hazard matou o jogo e o Real Madrid administrou o resultado até o final.

Escalações

O Real Madrid não poupou esforços e foi à campo pela estreia da Champions League com força total. Courtois, titular no gol, era protegido pela linha de defesa preferida de Ancelotti, com Carvajal e Mendy nas laterais e Militão e Alaba na zaga. Tchouaméni ocupava a posição de primeiro volante, e tinha Modric e Kroos à frente. Além disso, o meio de campo ganhava a tradicional ajuda de Federico Valverde, se posicionando mais à direita. Por fim, Vinícius Júnior iniciou o jogo na ponta esquerda, e Benzema no centro do ataque.

O Celtic, por sua vez, fez duas alterações em relação ao time que goleou o rival Rangers por 4 a 0. Na linha defensiva, Hart foi começou gol, com Juranovic e Taylor pelas laterais. Para a dupla de zaga, Jenz substituiu Starfelt e foi titular ao lado de Carter-Vickers. McGregor, O’Riley e Hatate foram os escolhidos no meio de campo, com Jota e Abada no ataque. Por fim, o grego Giakoumakis substituiu Furuhashi no centro da linha ofensiva.

Táticas iniciais

Disposição tática e movimentações dos times.

O Real Madrid começava em seu 4-3-3 assimétrico que se consagrou na temporada passada. Enquanto Vinícius, na esquerda, se posicionava bem aberto, como um ponta clássico, Valverde, na direita, era um meio-campista a mais. O uruguaio atacava o lado direito, mas também caía mais por dentro para ajudar o trio Tchouaméni-Kroos-Modric. Os laterais avançavam bastante e atacavam os espaços que os pontas deixavam, seja por fora ou por dentro.

Os donos da casa vieram alinhados em um 4-2-3-1. Os laterais avançavam bastante e preenchiam os lados do campo, liberando os pontas para centralizar. Hatate ficava mais recuado em campo, enquanto McGregor avançava um pouco mais, mas os papéis se invertiam ao longo do jogo. O meia O’Riley atuava quase como um segundo atacante, circulando por trás de Giakoumakis.

O Celtic iniciou a partida com uma postura agressiva, subindo a linha de marcação para sufocar os defensores do Real Madrid. Em resposta, o time merengue posicionou mais jogadores na saída de bola, recuando o trio de meio de campo e os laterais. Assim, Courtois e os zagueiros tinham mais opções de passe curto para superar a marcação do Celtic em jogadas mais trabalhadas.

O Real Madrid trabalhava a bola perto de sua própria área e tentava manter a posse em seu campo. Assim, os merengues atraíam a marcação do Celtic para liberar espaço nas costas da defesa e acelerar as jogadas com Vinícius Júnior, Valverde e os laterais. O Celtic, por sua vez, se dedicava na intensidade de sua marcação para tentar implementar um jogo mais imprevisível, com mais transições.

Começo de jogo

A partir da postura do Celtic, os primeiros 5 minutos de jogo tiveram um ritmo acelerado. Os donos da casa apertavam a marcação e não demoravam muito com a bola no pé, pois rapidamente acionavam seus pontas em velocidade ou esticavam bolas longas ao centroavante Giakoumakis. O Real Madrid, por sua vez, aproveitava os espaços que o Celtic deixava quando atacava para contra-atacar, mas não mantinha muito a posse de bola.

A partir dos 5 minutos, no entanto, o Real Madrid conseguiu acertar mais seu estilo de jogo e passou a acionar mais o mecanismo “atrair e acelerar”. Com sete jogadores participando ativamente da saída de bola, mais o goleiro Courtois, o Real Madrid passou a ter mais sucesso em superar a marcação do Celtic e acionar seus atacantes em velocidade. Assim saiu o primeiro ataque promissor: em uma bela tabela entre Vinícius Júnior e Benzema, o brasileiro recebeu na ponta esquerda e cruzou para a área. O camisa 9 bateu mal e a bola sobrou para Modric, que bateu de primeira em cima da zaga do Celtic.

A superioridade do Real Madrid, porém, não duraria por muito mais tempo, e a partir dos 15 minutos o Celtic voltaria a impor seu estilo mais intenso e acelerado. Os merengues passaram a ter mais dificuldades em jogadas trabalhadas e tampouco conseguiam espaço em contragolpes. Enquanto isso, o Celtic conseguiu chegar ao campo de ataque várias vezes e colocou uma bola na trave em um chute de longe com o volante McGregor.

Benzema lesionado e Hazard de falso 9

O Real Madrid receberia uma péssima notícia próximo dos 30 minutos do primeiro tempo: após uma dividida, Benzema sentiu o joelho e começou a mancar. O francês até tentou se manter em campo, mas não conseguiu e saiu de campo logo antes da marca de meia hora, indo direto para o vestiário. Em seu lugar, Ancelotti colocou Hazard para atuar de falso 9.

O Celtic não aproveitou o baque que o Real Madrid teve ao perder seu melhor jogador, e baixou a linha de marcação para proteger a própria área, talvez por motivos de fôlego dos jogadores. Os merengues aproveitaram para ocupar o campo de ataque e passaram a se beneficiar de uma movimentação maior de Hazard para ter uma opção de passe a mais nessa faixa do campo.

No entanto, a entrada de Hazard trazia um lado ruim: sem Benzema, o Real Madrid não tinha mais uma presença de área forte, e o centro do ataque ficava “vazio” e o time perdia a capacidade de finalizar as jogadas. Ancelotti tentou compensar isso com alguns movimentos: Vinícius Júnior passou a ser um jogador ainda mais terminal, que tocava menos na bola e era acionado ainda mais à frente no campo. Tchouaméni, por sua vez, passou a atuar ainda mais como um infiltrador, se posicionando muitas vezes à frente de Modric e Kroos.

Assim, o Real Madrid conseguiu mais duas boas chances. A primeira foi contra um Celtic fechado, que permitia que o Real Madrid construísse as jogadas na entrada da área mas dificultava lances mais incisivos. A genialidade de Modric acabou superando isso, pois o croata, recebendo na ponta direita, driblou um defensor e recuou a bola para Valverde. O uruguaio cruzou para Hazard, mas o belga pegou mal na bola e errou o gol. A outra jogada foi em um contra-ataque, quando Hazard acionou Vinícius com o campo aberto e o brasileiro chutou, mas Hart fez uma bela defesa.

Volta para a segunda etapa

Ambos os times voltaram para o segundo tempo com alterações. Potescoglou tirou Abada, que não fez um bom primeiro tempo, para a entrada do atacante Daizen Maeda. Ancelotti, por sua vez, tirou Militão e colocou Rüdiger para proteger mais o lado direito da defesa, que sofria com as transições do Celtic.

O Real Madrid vinha de uma reta final de primeiro tempo com pontos positivos e negativos. Enfrentando um Celtic mais recuado, o time espanhol saiu para o intervalo após 45 minutos de 64% de posse de bola, 6 finalizações e 2 grandes chances segundo o Sofascore. No entanto, o Real Madrid sentiu a saída de Benzema e passou a apresentar dificuldades em concluir as jogadas, tanto na finalização quanto nos passes finais.

Os primeiros minutos da segunda etapa começaram com o mesmo cenário que o fim do primeiro: o Real Madrid circulava a bola e o Celtic buscava espaços nas transições. O time escocês, no entanto, voltou a subir sua marcação e, por isso, os merengues tinham dificuldades em avançar em campo. A primeira chance do jogo foi justamente nesse cenário: recuperação do Celtic no campo de ataque e jogada rápida, que resultou em um cruzamento para Daizen. O japonês bateu de primeiro dentro da pequena área, mas pegou mal na bola e Courtois encaixou.

Gols seguidos do Real Madrid e alívio merengue

O Real Madrid, a partir dos 8 minutos do segundo tempo, voltou a superar a marcação do Celtic na saída de bola e logo passou a usar o mecanismo “atrair para acelerar”. Com a participação dos 2 zagueiros, 2 laterais, 3 meias e o goleiro, os merengues conseguiam encaixar sequências promissoras de passe para superar a primeira linha defensiva do Celtic, que pressionava os visitantes na linha da grande área.

Ancelotti não demorou muito para ver sua estratégia funcionando, e aos 11 minutos da segunda etapa essa jogada funcionou. Em uma saída de bola pelo lado direito, Rüdiger passou para Carvajal, que não perdeu tempo para acionar Valverde na ponta direita. O uruguaio escorou para Hazard, que devolveu a bola de primeira. A movimentação dos jogadores quebrou totalmente o encaixe de marcação, e Valverde atacou o flanco direito livre, com muito espaço para cruzar para dentro da área. Vinícius Júnior, muito bem posicionado, bateu de primeira e abriu o placar. Assim, o brasileiro marcou seu quarto gol em 5 jogos disputados na temporada.

Sequência de 22 passes que originou o gol de Vinícius. Foto: Reprodução/Twitter OptaJose.

4 minutos depois, a linha alta do Celtic voltou a dar problemas ao time escocês, mas de um jeito diferente. Tchouaméni recuperou a bola na altura do círculo central e passou para Hazard. O belga dominou e conduziu a bola, driblando dois defensores e construindo uma bela jogada. Na entrada da área, Hazard deu a bola para Modric que entrava na área. O croata ficou frente a frente com 3 defensores, mas tirou-os da jogada com um jogo de corpo e bateu de trivela para fazer um golaço e ampliar a vantagem do Real Madrid no jogo.

Reta final do segundo tempo e mais substituições

Os dois gols praticamente seguidos do Real Madrid deram mais tranquilidade ao time merengue para praticar seu jogo. Os merengues, nos primeiros 25 minutos da segunda etapa, mantiveram 70% da posse de bola e tiveram 3 finalizações, além de converterem as duas grandes chances que criaram. Os números refletiam o jogo do Real Madrid, que ocupava o campo de ataque e circulava a bola com calma por volta da área do Celtic.

10 minutos depois do gol de Modric, Ancelotti tirou Tchouaméni e colocou Camavinga, que passou a atuar como o primeiro volante. Logo depois, o Celtic fez 3 substituições de uma vez: Aaron Moy entrou no lugar de O’Riley, David Turbull no lugar de Hatate e Furuhashi no lugar de Giakoumakis. A última substituição deu mais esperança à torcida do Celtic, pois o japonês é o atacante titular e só ficou fora do time titular por uma lesão.2

Com 31 minutos do segundo tempo, a calma do Real Madrid foi recompensada. Vinícius recebeu a bola pela direita e driblou 3 defensores do Celtic. O brasileiro, sem espaço, recuou a bola para Modric, que passou para Kroos. O alemão recebeu a bola na entrada da área do lado esquerdo e fez uma inversão espetacular para Carvajal, que atacou a ponta direita e escorou para Hazard, livre, apenas empurrar para o gol e matar o jogo.

Final de jogo

Com o jogo praticamente definido, os treinadores realizaram suas últimas alterações. Ancelotti colocou Asensio e Rodrygo no lugar de Modric e Vinícius Júnior, que saíram aplaudidos. Assim, o Real Madrid passou a atuar em um 4-3-3 mais simétrico. Kroos atuava como primeiro volante, com Camavinga e Valverde à frente. No ataque, Hazard foi mantido como falso 9, e Rodrygo entrou na ponta esquerda e Asensio, na direita. O Celtic gastou sua última substituição em Sead Haksabanovic, atacante montenegrino nascido na Suécia, que entrou no lugar do ponta Jota.

O jogo nos 5 minutos finais não teve grandes novidades, e continuou com um Real Madrid mantendo a posse e um Celtic reativo, tentando marcar seu gol de honra. Os merengues, porém, não forçavam um quarto gol e mantinham a bola em seu próprio campo, apostando em saídas rápidas esporádicas com Rodrygo e Asensio. O brasileiro conseguiu uma boa jogada a 2 minutos do fim do tempo regulamentar e bateu de fora da área, mas a bola passou por cima do gol. O Celtic, já nos acréscimos, produziu a última grande chance do jogo. Em um cruzamento, Haksabanovic recebeu perto da pequena área, mas Rüdiger desarmou.

O jogo terminou 3 a 0 para o Real Madrid, que agora volta suas atenções para LaLiga. O líder do campeonato espanhol receberá o Mallorca no próximo domingo (11). Além disso, os merengues ficam de olho na disputa com o RB Leipzig, na segunda rodada da fase de grupos da Champions, e veem o dérbi contra o Atlético de Madrid se aproximar.

Ficha Técnica

Celtic 0x3 Real Madrid
Local: Celtic Park, Glasgow (ESC)
Data: 6 de setembro de 2022
Gols: Vinícius Júnior 56′, Modric 60′, Hazard 76′

Celtic: Hart; Juranovic, Jenz, Carter-Vickers, Taylor; McGregor, O’Riley (Aaron Moy), Hatate (Turbull); Abada (Daizen), Jota (Haksabanovic) e Giakoumakis (Furuhashi). Treinador: Angelos Potescoglou.

Real Madrid: Courtois; Carvajal, Militão (Rüdiger), Alaba, Mendy; Tchouaméni (Camavinga), Modric (Asensio), Kroos, Valverde; Vinícius Júnior (Rodrygo) e Benzema (Hazard). Treinador: Carlo Ancelotti.

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