Um dos assuntos que tomou forma com a volta dos treinos na Espanha é o futuro incerto do meio-campista colombiano, James Rodríguez. Inicialmente os rumores o levavam até a Premier League, agora o destino parece não ser tão longe, deixando-o na mesma liga e mudando apenas o endereço do centro de treinamento. O nome de James aparece em evidência como uma possível contratação do rival dos blancos, o Atlético de Madrid, deixando a dúvida sobre seu estilo de jogo, se ele encaixa ou não num time treinado por Simeone. Com isso, Edison Mafla e John Restrepo, dois ex-jogadores colombianos, durante uma entrevista à Caracol Radio, da Colômbia, analisaram essa possibilidade.
O início da análise veio com o comentário do locutor que estava comandando a conversa, “Alguns dizem que ele é um jogador que não marca, que não se sacrifica e que seria inapropriado para ele chegar ao Atlético e inconveniente para sua própria carreira, porque ele passaria do banco de Madrid para o Atlético quando o sentenciasse”, disse para abrir a discussão.
Restrepo, em sua fala, deixou claro a defesa pelo jogador, analisando seu histórico, e afirmou que gostaria de ver James mudando para o time rojiblanco. “Primeiro, James é um grande atleta que passou por momentos difíceis, o que falam sobre ele, o que especulam, o que mencionam há algum tempo, algo que não é muito positivo para ele, mas que sobra talento. Se ele for, e estiver com um treinador que confia nele, que o veste, que confia nele, ele será capaz de agir normalmente. Ele existe há muitos anos e sabe o que está em jogo. E ele imagina que é autocrítico e que sabe o que tem à sua frente. Se ele valoriza essa oportunidade que tem, ou continua seu caminho, ele ainda é jovem demais para aproveitar todo o potencial que tem. Eu gostaria de vê-lo naquele clube. Além de que seria com um treinador exigente e vencedor, que poderia melhorar ainda mais as características de James”, disse.
“Porque ele está na Europa há muitos anos e chegar ao Atlético seria importante. O que ele precisa é jogar, ter confiança novamente, desligar tantas coisas que são faladas sobre ele fora de campo e que se dedique apenas a jogar. Se você tem o apoio de um treinador, de um clube que abre portas para você, isso lhe dá a oportunidade de jogar, e é disso que você precisa, um jogador sem competição não é o mesmo. Se isso ocorrer e tirar vantagem disso, oportunidade seria muito importante para ele”, completou sua afirmação.
Edison complementou a opinião do colega, pontuando a necessidade do jogador em ter continuidade para que consiga mostrar seu trabalho. “Se James tiver a grande oportunidade de estar nesse time… Nós o vimos em vários jogos, ele cai no chão, corre, mas quando um jogador não tem confiança, continuidade, pode-se ser muito talentoso, mas se ele não tem, as coisas não vão dar certo para ele”, e para completar, disse: “Com apenas cinco ou dez minutos, é muito difícil, você precisa de continuidade para demonstrar”.
E quanto a questão da qualidade defensiva de James, que é sempre julgada, a pergunta foi se ele conseguiria encaixar “num time com DNA defensivo”. “Para um deles, os desafios fazem com que se mude o chip muitas vezes. Ele já leva muito, sabe, esse DNA, como você mencionou, uma primeira equipe que é taticamente bem estruturada, que não negocia suar a camisa. Eu acho que James tem qualidades, potencial para se adaptar, desde que se sinta confortável, desde que ele tenha a continuidade de que Edison fala. Contanto que ele esteja satisfeito, feliz, fará todo o possível para ficar e brincar. Tudo faz parte da mentalidade de quem quer estar em um clube como o Atlético”, respondeu Restrepo.
Em conclusão, Edison retornou com o principal ponto sobre a questão, a mudança necessária para que James se encaixe no Atlético de Madrid, reafirmando que o jogador tem a capacidade para se adaptar a novos estilos pela necessidade de manter sua continuadade. Sua fala foi bem objetiva sobre a mentalidade ser a principal arma para mudar a visão que os outros têm de James: “Quando você lhes dá confiança e os faz sentir que são importantes para a equipe, você precisa demonstrar. O mais importante é que ele mentalize, mude o que é dito sobre ele e se dedique a jogar. Vimos isso. Quando chega à seleção, mostra. Vem com alegria, joga, desperdiça futebol, o talento que tem…”
Foto destacada: AP Photo/Bernat Armangue