O meia-atacante Marco Asensio, 23 anos, não vive um dos seus melhores anos com a camisa do Real Madrid. Passado o status de promessa e entrando no hall de afirmação, o espanhol ainda não atingiu o que se espera. Mas por que o camisa 20 ainda não conseguiu a tão titularidade indiscutível que foi debatida nos últimos dois anos na fase mágica do clube merengue?
Na atual temporada – é verdade que o próprio time deixou a desejar -, Asensio não foi o ponto fora da curva como aconteceu últimas temporadas. Apesar de contar com Julen Lopetegui por alguns meses, treinador que o levou para a Seleção da Espanha, o meia-atacante não subiu a marcha e a sombra deixada por Cristiano Ronaldo, prejudicou não só ele, mas como os outros atletas do setor ofensivo do Real Madrid.
Dois técnicos, dois estilos e nenhuma combinação
Seu estilo de jogo foi meramente afetado pelo dois treinadores que passaram pelo clube na temporada: Julen Lopetegui e Santiago Solari.
O primeiro, detém o estilo de posse de bola assegurada, pouca efetividade e atitude, enquanto o segundo preferia um jogo mais seguro, dando a bola pro adversário e apostava na defensiva. Duas propostas distintas do que Asensio pode oferecer: agudo, driblador nas características de sair de um lado e trabalhar no meio, além de finalizador.
Com Zidane, atual treinador blanco, o camisa 20 trabalhava nos dois extremos no tradicional 4-4-2 e dava profundidade a equipe, que por muita das vezes sofria para tentar a infiltração pelo meio. Fazendo a ponta esquerda, Asensio virou o salvador da pátria por diversos momentos e suas finalizações saindo da direita e indo em direção para o meio enchiam os olhos dos torcedores.
Declínio
Embora seu papel ainda fosse atribuído como “sucessor de Cristiano”, por muito pouco isso não veio a calhar. A lesão de Gareth Bale em dezembro abriria brechas para que Asensio tomasse a titularidade e virasse de vez “o intocável”, mas toda essa expectativa foi interrompida por dois motivos: Lucas Vázquez era titular na ponta direita e o meia se lesionou no mesmo mês em que o galês deu a vaga para ele.
Para piorar a sua situação, viu Vinicius Júnior evoluir de forma impressionante e assumir a posição de titular da ponta esquerda e virar o novo xodó dos torcedores espanhóis que aguardavam imensamente para vê-lo em ação no Santiago Bernabéu.
Números na atual temporada
Os números comprovam o mal momento vivido pelo espanhol. Na La Liga, são 22 jogos disputados, apenas um gol e 4 assistências para seus companheiros, um total de 10% de participação dos gols da equipe na competição. Preocupante. Mas não tanto para quem fez muito no passado recente.
Entretanto, na Copa do Rei seus números são “expressivos”: 5 jogos, 3 gols e 1 assistência, 19% de participação direta nos gols. Na Champions, decepcionou como todo o time que caiu nas oitavas: 7 jogos e 2 gols. Todos os números, somados com os 1.898 minutos jogados, bem abaixo do que é o comum para um jogador importante.
O que esperar do camisa 20 agora?
A volta de Zinedine Zidane pode dar novamente um upgrade na jornada de Marco Asensio com a camisa merengue. O francês foi diretamente um dos responsáveis por dar a condição de sucessor a ele, no qual foi muito utilizado quando a equipe mais precisou nas duas últimas conquistas da Liga dos Campeões.
Para muitos, a volta do treinador seja um alento para Asensio, por outro lado, o meia-atacante deverá entender que o clube deve passar por uma reformulação no setor ofensivo, na linguagem mais popular, reforços virão. Nomes como Hazard, Neymar, Mbappé, Mané e outros surgem como futuras opções para o “novo Real Madrid” na nova era Zidane.
Marco Asensio tem em mãos, dois motivos para configurar entre os titulares e finalmente ter a titularidade que tanto se espera. A provável saída de Gareth Bale é um dos motivos e a outra, é o rumor de uma possível conversa franca entre o meia-atacante e Zidane, que serviu para mostrar que a confiança do treinador em seu futebol é um dos principais pontos da renovação que o clube deve sofrer.