Pular para o conteúdo

MeuMadrid

Em jogo frenético, Real Madrid perde Dérbi da capital contra o Atlético

Em jogo frenético, Real Madrid perde Dérbi da capital contra o Atlético

Atlético de Madrid foi superior no primeiro tempo e perdeu o controle de jogo no segundo para o Real Madrid

O Real Madrid visitou o Atlético de Madrid pela 35ª rodada de LaLiga. No primeiro jogo após a classificação contra o City, os merengues claramente focavam na final da Champions League e pouparam 7 titulares para a partida. O Atlético de Madrid, por sua vez, briga por uma vaga na próxima Liga dos Campeões e contou com a vitória para abrir 6 pontos de vantagem sobre o Bétis, quinto colocado.

Em jogo marcado pela polêmica dos jogadores colchoneros se recusarem a fazer a guarda de honra aos madridistas, que tinham acabado de conquistar o Campeonato Espanhol, o Wanda Metropolitano comprou a briga dos jogadores e o estádio estava incendiado pelos torcedores do Atlético.

Com um primeiro tempo marcado por um jogo morno do Real Madrid e superioridade clara do Atlético, Carrasco abriu o placar com um gol de pênalti. A partir da segunda etapa, o time merengue aproveitou a retranca do Simeone e ocupou o campo de ataque, mas deixou espaço nas costas da defesa. O Atlético conseguiu explorar esse espaço, mas desperdiçou muitos gols e não conseguiu ampliar o 1 a 0.

Escalações iniciais

O Real Madrid, já campeão espanhol, escalou um time misto para o dérbi. Com os desfalques de Alaba, Marcelo, Hazard, Bale, Isco e Ceballos, além do desgastante duelo contra o Manchester City na última quarta-feira (4), o treinador Ancelotti escalou apenas 3 titulares absolutos. O ucraniano Andriy Lunin substituiu Courtois no gol, Lucas Vázquez começou na lateral-direita, Militão e Vallejo formaram a dupla de zaga e Nacho foi improvisado na lateral esquerda. Kroos e Casemiro comandavam o meio de campo ao lado de Camavinga. Por fim, o trio de ataque escolhido foi Asensio, Mariano e Rodrygo. No entanto, como adiantado pelo jornalista Mario Cortegana, Mariano sentiu dores no aquecimento e foi substituído por Jovic no 11 inicial. Assim, os titulares Courtois, Benzema, Modric, Mendy, Carvajal, Valverde e Vinícius Júnior foram poupados.

O Atlético de Madrid, já que ainda luta por uma vaga na próxima Champions, veio a campo com um time forte. Oblak foi o goleiro titular, Vrsaljko e Reinildo formavam as laterais e Savic e Giménez, a dupla de zaga. O ex-Real Madrid Marcos Llorente formava o meio de campo com Koke, Kondogbia e Carrasco. O brasileiro Matheus Cunha começou ao lado de Ángel Correa no ataque. Griezmann, Suárez, de Paul e Renan Lodi eram, portanto, importantes opções no banco.

Começo de jogo e estratégias iniciais

O Atlético de Madrid começou a partida se postando no tradicional 4-4-2 de Simeone. O brasileiro Reinildo, normalmente escalado como zagueiro pela esquerda em um trio de defesa, desta vez atuava como lateral. Assim, ele se revezava com Carrasco para atacar o lado direito da defesa do Real Madrid por fora. Pela direita, Llorente, escalado como meia aberto, tendia a centralizar mais e abrir o corredor para Vrsaljko.

O Real Madrid, por sua vez, também não fugiu de sua estrutura tática tradicional. Rodrygo, atuando agora na ponta-esquerda, e Asensio, na direita, formavam um trio de ataque com Jovic. Por trás dos atacantes, Camavinga, Casemiro e Kroos eram os meio-campistas do Real Madrid, Portanto, Ancelotti preservava a estrutura em 4-3-3. Nacho atuava como lateral pela esquerda, enquanto Vázquez atacava pelo lado direito.

O Real Madrid tentava elaborar a saída de bola desde trás, mas o Atlético de Madrid optou por subir a marcação para forçar o erro dos merengues. Assim, partindo de uma linha de defesa alta e agressiva, os colchoneros conseguiram criar três grandes chances em apenas 8 minutos. O Atlético apertava a marcação principalmente na intermediária ofensiva e, desse modo, forçava o erro do Real Madrid. Os merengues, por sua vez, se defendiam em um 4-1-4-1 com uma linha baixa e tentavam, assim, aproveitar o espaço às costas da defesa colchonera.

A postura proativa e agressiva do Atlético, além da estrutura cautelosa do Real Madrid, refletia a ambição dos clubes no Campeonato Espanhol. O Real Madrid, já campeão, focava em manter todos os jogadores saudáveis para a final da Liga dos Campeões contra o Liverpool no final do mês. O Atlético, por sua vez, está em quarto lugar em LaLiga e precisava da vitória para abrir 6 pontos do Real Bétis, o quinto colocado.

Saída de bola e pressão do Atlético

O Real Madrid contava com os dois zagueiros, bem abertos e alinhados com Lunin, para iniciar a saída de bola. Toni Kroos se posicionava entre os defensores para auxiliar no primeiro passe do time merengue, e os laterais ficavam próximos dos meio-campistas. Asensio e Jovic recuavam para se apresentarem como opção de passe em uma faixa mais avançada.

Porém, o Atlético de Madrid conseguia bloquear os avanços do time visitante se postando em linhas altas e apresentando uma marcação agressiva. Llorente pressionava os zagueiros junto de Matheus Cunha, e os meias abertos apertavam os laterais madridistas. Com a linha alta e o 4-4-2, o Atlético de Madrid conseguia ter vantagem numérica no meio de campo e, assim, o Real Madrid enfrentava dificuldades em avançar com a bola. Em 20 minutos, portanto, o time merengue não conseguiu produzir nenhum ataque promissor.

Quando o Atlético de Madrid tinha a bola, Llorente voltava a se posicionar como meia aberto e, portanto, Correa avançava para formar a dupla de ataque com Matheus Correa e manter o 4-4-2. O espanhol tendia a centralizar mais e, além disso, atuava como elemento surpresa invadindo a área. Pela esquerda, Carrasco vencia a maioria dos duelos contra Lucas Vázquez e, portanto, era a principal arma ofensiva do Atlético de Madrid. No entanto, a partir dos 20 minutos de jogo, o Real Madrid teve mais sucesso em bloquear os avanços dos colchoneros, que tentavam criar através de bolas paradas.

Atlético abre o placar

Por volta dos 30 minutos, o Real Madrid trocou Asensio e Rodrygo de posição. Portanto, o brasileiro passou a atuar pela direita, posição que o camisa 21 vinha fazendo no clube. Outra mudança foi a estrutura defensiva: os merengues mudavam o 4-3-3 para um 4-4-2 quando o Atlético invadia o campo de defesa madridista. Assim, Rodrygo formava o meio de campo com Casemiro, Camavinga e Kroos, e Asensio e Jovic ficavam mais a frente. A partir dessa formação, portanto, o Real Madrid conseguia defender mais as laterais, sem depender do apoio defensivo de Asensio, e bloqueava a entrada da área com dois volantes ao invés de um. Além disso, quando o Atlético conseguia se posicionar no campo de ataque, Casemiro entrava entre os zagueiros e o Real Madrid se posicionava em um 5-3-2. Para atacar, no entanto, os jogadores de Carlo Ancelotti continuavam no 4-3-3.

Mesmo com a mudança tática do Real Madrid, o Atlético conseguiu criar dois ataques promissores através de jogadas rápidas com Matheus Cunha. A segunda, uma bola longa para o atacante brasileiro, resultou na marcação de pênalti para o time da casa. Vallejo dividiu a bola com Matheus Cunha e pisou no pé do camisa 19. O árbitro foi ao VAR e confirmou a marcação, além do cartão amarelo ao zagueiro espanhol. Carrasco deslocou Lunin e bateu no lado direito do gol para abrir o placar aos 39 minutos.

Final do primeiro tempo e Real Madrid acuado

Após o gol, Rodrygo e Asensio voltaram a suas posições iniciais, na ponta esquerda e ponta direita, respectivamente. Além disso, Ancelotti abriu mão da variação defensiva para o 4-4-2, e o Real Madrid se defendia em um 4-3-3 em todos os momentos. O Atlético de Madrid, logo aos 41 minutos, encaixou um contra-ataque promissor, mas Correa desperdiçou a chance. Nos dois minutos seguintes, os colchoneros voltaram a chegar facilmente no campo de defesa do Real Madrid.

Os merengues, por sua vez, não conseguiam criar ofensivamente e conseguiu criar apenas dois ataques nos minutos finais. No primeiro, Rodrygo driblou os defensores colchoneros pela esquerda e rolou para Kroos, que bateu com força de fora da área. O segundo, o mais claro, resultou de uma troca de passes no campo de ataque pelo lado direito, A bola sobrou para Jovic, mas o sérvio desperdiçou a chance após a defesa de Oblak.

Volta para o segundo tempo

O Atlético de Madrid voltou à segunda etapa com Griezmann, que entrou no lugar de Ángel Correa no time de Simeone. Já o Real Madrid, mesmo fazendo um jogo ruim, não realizou alterações na volta do intervalo. No começo dos 45 minutos finais, o time da casa abriu mão da postura agressiva e passou a se defender em um 5-3-2, com o bloco baixo. Assim, Carrasco fechava o lado esquerdo como um ala, Reinildo era o terceiro zagueiro e Llorente formava um trio de meio de campo com Koke e Kondogbia. Matheus cunha e Griezmann se posicionavam mais à frente.

Desse modo, o Real Madrid tinha mais espaço para sair tocando desde a defesa e avançar com a bola. Em contrapartida, os 5 defensores do Atlético de Madrid bloqueavam a entrada da área e o time visitante conseguia sem conseguir produzir ataques perigosos. Para compensar isso, Casemiro passou a avançar mais e atuar como um volante infiltrador, aumentando o volume ofensivo do Real Madrid.

A variação do Atlético de Madrid continuava quando os colchoneros tinham a bola. Vrsaljko e Carrasco atuavam como alas em um 3-5-2, Reinildo voltava a formar um trio de zaga e Griezmann e Matheus Cunha eram os atacantes. Llorente, no meio de campo, se desprendia de Koke e Kondogbia e se juntava ao ataque, também como um infiltrador.

A postura mais cautelosa do Atlético no segundo tempo convidava o Real Madrid ao campo de ataque. Assim, os merengues faziam um jogo melhor na segunda etapa ao manter mais a posse. Porém, o Real Madrid não conseguiu invadir a área e apostava em bolas paradas e chutes da entrada da área. Casemiro, com 13 minutos, aproveitou um espaço na defesa colchonera e bateu colocado próximo da meia lua, mas Oblak encaixou.

Alterações do Real Madrid

Ancelotti realizou as primeiras alterações já aos 15 minutos de jogo. Vinícius Júnior substituiu Jovic, e Casemiro saiu para a entrada de Valverde. Assim, Vinícius atuava na ponta esquerda e Rodrygo passava a ser o falso 9. Valverde, por sua vez, era um meio campista ao lado de Kroos, com Camavinga atuando como o primeiro volante.

Apenas 2 minutos depois das mudanças, o Real Madrid quase tomou o segundo gol. Camavinga foi desarmado e Griezmann ficou no mano-a-mano com Militão e Vallejo. O francês rolou para Matheus Cunha, que ficou sozinho contra Lunin, mas bateu em cima do goleiro.

A entrada de Vinícius Júnior surtiu efeito pouco depois, com a clara função que o brasileiro exercia. O brasileiro recuperou a bola de Vrsaljko, partiu pelo lado esquerdo em velocidade e passou a bola para Asensio. O espanhol, porém, bateu em cima de Reinildo. Assim, Vinícius Júnior atuava como uma válvula de escape e uma importante opção em velocidade pelo lado do campo.

Com 23 minutos, Ancelotti substituiu mais dois jogadores. Mendy entrou no lugar de Militão, enquanto Modric entrou no lugar de Kroos. A entrada do lateral francês devolveu Nacho à zaga, sua posição de origem, que passou a atuar ao lado de Vallejo. A estrutura de meio de campo não mudou com a entrada de Modric, já que o croata entrou no mesmo lugar de Kroos. As alterações lançaram o Real Madrid pro ataque e empurraram o Atlético de Madrid para trás, que focava exclusivamente em proteger a própria área e tentar uma escapada em velocidade.

Final do segundo tempo

A entrada de Vinícius e Mendy mudaram a estrutura de ataque do Real Madrid, voltando ao que o time estava acostumando na temporada. Antes, Rodrygo e Asensio centralizavam e se apresentavam como opções de passe por dentro, com Jovic atuando como referência. Com a entrada de Vinícius, Rodrygo circulava por dentro como um falso 9, tirando a referência dos zagueiros colchoneros. Vinícius ficava bem aberto na esquerda, pronto para atacar em velocidade, e Mendy atacava por dentro.

Com o Real Madrid se lançando definitivamente para o ataque, o Atlético voltou a encontrar espaços nas costas da defesa merengue e desperdiçou duas grandes chances em dois minutos. Contando com a velocidade de Carrasco e a circulação de Griezmann e Matheus Cunha, o francês conseguiu um chute pressionado dentro da área, que foi para fora. Logo depois, Carrasco conseguiu espaço pela esquerda e bateu colocado, tirando de Lunin, mas a bola foi na trave.

A partir dos 10 minutos finais, o Real Madrid conseguiu mais volume ofensivo, principalmente através de bolas paradas e cruzamentos. Oblak precisou fazer duas grandes intervenções, uma após um belo chute de longe de Valverde e outra após a finalização de Asensio, também de fora da área, que veio de uma jogada ensaiada.

O Atlético, bem postado em seu 5-3-2, fechava os espaços por dentro e forçava o Real Madrid a jogar por fora. Os merengues, sem um jogador com presença de área, tentava sem sucesso forçar cruzamentos da linha de fundo. Por fim, mesmo com volume de jogo, o Real Madrid não criou uma chance clara e saiu de campo derrotado por 1 a 0. Agora, o time de Ancelotti foca no confronto contra o Levante, mas não tira o olho da decisão da Champions League.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *