24 de maio de 2014 é um daqueles dias que você sabe exatamente o que fez. Que horas acordou, a roupa que escolheu, a camisa “da sorte” que elegeu. Os milhares de dias em forma de minutos que pareciam não passar entre o despertar o apito inicial da partida em Lisboa. E depois como o tempo correu como uma contagem regressiva de ano novo após o gol do Atleti aos 36 minutos e a tortura que se estenderia até os 92 minutos e 48 segundos.
Madridismo de muitas cores, de diferentes idiomas, batendo na mesma frequência, sentindo a mesma paixão que nos levou até a final e agora parecia nos provar com minutos e mais minutos de uma agonia que nos torturava, como se para a glória eterna precisássemos passar por aquilo, lutamos muito pela Décima e agora tínhamos chegado à final, precisávamos provar que aquela frase era verdade. Real Madrid não disputa finais, Real Madrid vence finais.
A epopeia que se escreveu na Lá Décima era o prelúdio do que viria depois. 4 conquistas de Champions em 5 anos. Um feito inigualável que começava ali, naquela cabeçada do Sergio Ramos, no grito de alívio em Lisboa, Madri, Nova Iorque, Tóquio, Moçambique, Rio de Janeiro… por um clube que se orgulha de ter nascido na Espanha e conquistado o mundo. Naquele minuto de alívio cuja a sensação é inexplicável, havíamos recolocado a terra na a rotação certa, guiada pela cor blanca que voltaria a fazer Dinastia na Europa.
Já vi o Real Madrid levantar muitas taças, comemorei todas elas com a euforia de que era a primeira… mas com a Lá Décima sempre será diferente. Os anos de espera e a narrativa dramática que se estendeu naquela final deu a décima taça da Europa do Real Madrid os ares que ela merecia, uma conquista. A sensação é de que reconquistamos o que de nós foi tirado e recolocamos a camisa blanca no lugar ao qual ela pertence: o topo da Europa.
Porque Champions League não se joga, Champions League se vence.