Começarei este texto sendo claro e concordando com a maioria: Luka Modric não mereceu ser eleito o melhor jogador do mundo em 2018. Talvez não tenha sido nem a melhor temporada da carreira dele individualmente. Outros jogadores como Xavi e Iniesta mostraram mais do que ele em outros anos para quebrar a era Cristiano Ronaldo/Messi e não tiveram êxito. No entanto, fica nítido que o prêmio máximo, a nível individual, de certa forma ‘prejudicou’ a carreira do croata.
O jogador de 34 anos sempre foi exaltado nas transmissões dos jogos por narradores, comentaristas, espectadores e até rivais. “Cara, o Cristiano Ronaldo é a fera do Real Madrid, mas esse baixinho aí na meia-cancha que ninguém fala nada, joga muito também”, elogios desse tipo eram constantes. Edilson, vice-campeão mundial com o Grêmio, por exemplo, deu uma declaração nessa linha sobre o camisa 10 do Real Madrid no programa ‘Resenha ESPN’ em 2018.
Só com a camisa merengue, o meia disputou 332 jogos, marcou 22 gols e distribuiu 52 assistências, além de ter vencido quatro edições da UEFA Champions League, uma da La Liga, três da Supercopa da Espanha, uma da Copa do Rei, quatro do Mundial de Clubes e três da Supercopa da Europa.
Seu jeito discreto fora de campo e por não ser um artilheiro, até porque não é atacante, fizeram de Modric um jogador “esquecido” nos principais noticiários e matérias, mas todos sabiam e reconheciam a sua qualidade quando a bola começava a rolar.
Dinâmica, ritmo, infiltrações à área, bons passes e finalizações de longa distância nunca faltaram a Luka. Porém, a partir do momento em que recebeu o prêmio de melhor jogador do mundo há duas temporadas, os holofotes voltaram-se ao meia merengue, que passou a ser taxado como “o pior melhor do mundo de todos os tempos” ou “um dos piores”.
Os elogios começaram a sumir, enquanto as fortes críticas cresceram de uma forma injusta. O jogador que antes só era lembrado pela sua indiscutível qualidade técnica e por ser um dos melhores do mundo na sua posição, transformava-se em um dos principais focos de julgamentos negativos em programas esportivos e em redes sociais.
Modric, agora, é diminuído pela maioria por causa de uma premiação pela qual não teve culpa em ter recebido. Apesar de todas as críticas, o croata nunca dependeu de status, prêmios, gols e números para demonstrar seu grande futebol nos gramados europeus.
Quem realmente acompanha a carreira do croata, sabe do potencial dele e que ele é um dos grandes nomes da história do seu país e do maior clube do mundo. Reafirmando que, para a maioria, não mereceu ser o melhor do mundo em 2018, mas inegavelmente é fora de série no meio-campo e que perdeu valor por conta de uma conquista individual. Como diz no título: um craque subestimado devido ao prêmio máximo.
Foto destacada: Getty Images Sport/Eurasia Sport Images