O Real Madrid não está preparado para vencer a liga. Sinto muito torcedores da equipe merengue, mas essa é a verdade. Não é fácil aceitar, porém lidar com essa realidade torna as coisas muito mais fáceis. Afinal, é nítido que o maior rival do clube é si próprio. E olha, que essa não é apenas uma metáfora dita da boca pra fora pela escritora aqui.
Bem, se você acompanha o clube sabe que seu histórico nos últimos anos com relação aos pontos corridos não é dos melhores. Deixo aqui de exemplo a conquista de apenas duas ligas em 11 anos. Um retrospecto terrível para alguém que investe milhões em contratações, e não consegue fazer frente em competições caseiras.
Três meses se passaram desde a pausa do futebol. Se retrocedermos até aquele período teremos novamente um cenário caótico para o time, que estava caminhando para mais uma temporada que se encerraria em março.
Apesar de janeiro começar promissor com o titulo da Supercopa da Espanha encima do Atlético de Madrid, o que se viu na sequência foi uma verdadeira trilogia de filme de terror. Os famosos “apagões” vistos na temporada anterior voltaram com força e novamente colocaram em pauta os problemas estruturais e de concentração do elenco.
Como seria possível a mesma equipe que promoveu um baile tático diante do Barcelona, ter sido eliminada para a Real Sociedad em 10 minutos e ainda ser derrotada dentro de casa pelo Manchester City, mesmo estando a frente do placar na maior parte do tempo.
Reagir no final da partida não basta, esperar o próximo jogo não é resposta e muito menos é aceitável normalizar a falta de vontade dentro das quatro linhas. É preciso mais, se espera mais, e se contentar com o mínimo não é algo que se possa esperar de quem joga com a camisa do Real Madrid.
O Campeonato Espanhol retornar assim como outras competições, faltam 11 partidas até o final. Uma maratona de jogos bem ao estilo Copa do Mundo, onde cada disputa se torna uma final diferente. Eden Hazard e Marco Asensio estão de volta para reforçar setores importantes da equipe, peças que antes eram baixas por conta de suas respectivas lesões.
Agora é o momento de virar a chave, ativar o lado competitivo e acima de tudo se unir como elenco. A sintonia entre jogadores pode parecer algo simples, mas é ela que garante em muitos momentos motivação e alternativas para que assim não se dependa apenas de um atleta. As individualidades são necessárias, mas é através da coletividade que se tem equipes históricas.
Entre todos os adversários possíveis, existe um que preocupa mais que os outros. No caminho até o título espanhol, o Real Madrid precisa primeiro vencer a si mesmo.