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MeuMadrid

Precisamos falar sobre Marcelo

Ciclos tem como significado uma série de fenômenos, fatos ou ações de caráter periódico que partem de um ponto inicial e terminam com a recorrência deste. Distância é um espaço que separa uma coisa da outra, podendo ser material ou não. E esses dois podem ser usados como definição para um ponto muito importante dentro do Real Madrid: a distância causada entre o encerramento e ciclos, pela dificuldade de o fazer. O que acaba por pesar muito em histórias como a de Marcelo, sobre quem iremos falar.

Após a partida contra o Valência no último domingo (8) que resultou em uma intrigante derrota para o Madrid na casa do adversário, o jornal MARCA publicou uma matéria sobre o clima dentro do vestiário quando foi anunciado qual seria o time titular a entrar em campo. A surpresa não ficou somente por conta da torcida, mas também pela diretoria do clube e os próprios jogadores. E isso reflete muito sobre o atual cenário para o brasileiro dentro do time.

Há um dado um tanto doloroso para ser muito bem levado em consideração quanto às críticas pontuais: desde que Zinedine Zidane reassumiu o Madrid no final da temporada 2018/19, todos os jogos com Marcelo em campo terminaram em derrotas. Mas o que tem acontecido? A culpa no todo é do próprio jogador? Iremos aos fatos.

Foi na temporada 2018/19 que as coisas para o Madrid passaram a ficar mais apertadas – todo o contexto já é conhecido e é repetitivo bater nessa tecla novamente, em resumo: a sequência de tricampeonato continental e saídas importantes fizeram parte do devastador cenário daquela época. É claro que quando tomamos decisões não temos como saber o resultado de imediato, principalmente na escolha de quem deixar ir e quem deve ficar, mas o cuidado deve ser dobrado quando se trata de uma renovação de elenco em times que possuem certa expectativa a ser entregue.

Dois técnicos passaram pelo clube antes do retorno de Zidane, com ideias e planos que levariam um tempo para darem certo com eficiência, mas o imediatismo e proteção em cima do histórico de jogadores que estavam no elenco fez com que a impaciência prevalecesse e, mesmo com alguns pontos sendo tratados de forma coerente, não durou muito.

E se faz necessário a compreensão de que bater na mesma tecla não gera evolução. O futebol como todo e qualquer outro ponto da vida sofre alterações e o que um dia deu certo pode não voltar a render. Assim funciona com as peças do esporte. Ser colocado em uma posição diferente poderia ajudar a manter o lateral no time sob menores cobranças, porque do que entrega em campo hoje – com toda a falta de confiança pelos madridistas mais céticos – seu lado ofensivo não consegue mais sobressair da lacuna do seu trabalho defensivo e a partir disso dados como o que foi citado passam a ser colhidos com mais abundância.

E por que deveríamos deixar um dos maiores ídolos da história do clube ir embora depois do que já entregou? Seria absurdo o deixar ir depois de tudo o que fez? A resposta se torna simples quando usado da gratidão por feitos incríveis como o do camisa 12. Se trata de entender e compreender que jogadores vem e vão, mas a história do Real Madrid continua e o que passou e foi entregue deve ser respeitado para que não haja essa triste desvalorização. Manter cadeira cativa não é ser grato.

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