Em uma noite inspirada de Rodrygo e com Benzema voltando a ter uma boa atuação, o Real Madrid criou muitas chances, mas não saiu do 2 a 1 contra o Shakhtar Donetsk
Nesta quarta-feira (5), o Real Madrid recebeu o Shakhtar Donetsk pela fase de grupos da Champions, e venceu por 2 a 1. Os merengues fizeram uma grande partida, com muito volume de jogo, com 36 finalizações e 4 chances claras, mas os atacantes sofreram com uma chuva de gols perdidos. O jogo parecia resolvido no primeiro tempo, quando o Real Madrid abriu 2 a 0, mas um gol isolado do Shakhtar pressionou os madridistas por um resultado mais confortável.
Mesmo assim, a atuação do Real Madrid foi avassaladora do começo ao fim. Rodrygo, atuando mais por dentro, fez um grande jogo e participou diretamente de ambos os gols. Benzema, que ainda tenta encontrar sua melhor forma na temporada, também jogou muito bem, mas não marcou gols. Vinícius Júnior marcou mais um gol e vem sido o principal jogador do Real Madrid na temporada.
Com a vitória, o Real Madrid se isola na liderança do grupo com 9 pontos. O Shakhtar manteve a vice-liderança com 4 pontos, seguido pelo RB Leipzig, com 3. Desse modo, o Real Madrid já pode garantir sua classificação na próxima rodada, contra o próprio Shakhtar, na próxima terça-feira (11).
Escalações
O Real Madrid chegou para o jogo com desfalques, mas também com retornos importantes para o elenco. Ainda sem Courtois, lesionado, os merengues não puderam contar com Dani Ceballos, que se machucou recentemente. No entanto, Ancelotti voltou a ter Luka Modric e Lucas Vázquez à sua disposição. Assim, o Real Madrid foi a campo com Lunin no gol, Carvajal e Mendy nas laterais e Militão e Alaba no centro do campo. Ancelotti resolveu ser cauteloso com Modric e não escalou o croata entre os 11 titulares. Por isso, Valverde começou ao lado de Tchouaméni e Kroos no centro do campo. No ataque, Benzema foi escalado no centro com Rodrygo e Vinícius Júnior pelos lados.
O Shakhtar, por sua vez, sofreu com um desmonte de sua equipe por causa da guerra na Ucrânia e, por isso, perdeu a maioria dos estrangeiros do time. Assim, os ucranianos foram escalados com Trubin no gol, Mykhaylichenko e Konoplia nas laterais e Bondar e Matviyenko como zagueiros. Stepanenko, capitão, foi o volante titular, que contou a companhia de Bondarenko e Sudakov no meio de campo. No ataque, Shved e Mudryk ocupavam os lados do campo com Zubkov centralizado.
Táticas iniciais
Ancelotti armou o Real Madrid com uma variação interessante para a partida contra o Shakhtar. Como Rodrygo vêm se encontrado na temporada atuando por dentro, como um “falso-ponta” ou até como falso 9, o treinador italiano resolveu criar um mecanismo que não deixasse o brasileiro preso à ponta. Assim, Valverde começava como um meio-campista, mas sem a bola atacava o lado do campo e deixava Rodrygo livre para circular como um camisa 10. Pela esquerda, Vinícius começava mais aberto, pronto para cortar para dentro e atacar rapidamente os espaços na defesa do Shakhtar.
Kroos era o meio-campista mais recuado, pois participava da posse de bola e ficava na base da jogada quando o time atacava. Enquanto isso, Tchouaméni tinha liberdade para avançar e se posicionar no campo de ataque. Carvajal, lateral pela direita, atacava por fora com Valverde, enquanto Mendy alternava com Vinícius Júnior para atacar por dentro ou por fora.
Na marcação, o Real Madrid resolveu adiantar a marcação, contrariando a estratégia que Ancelotti escolheu nos confrontos contra o Shakhtar na temporada passada, quando o italiando recuou o bloco defensivo do time para não deixar os ucranianos contragolpear. No entanto, quando o Real Madrid precisava marcar em seu próprio campo, o time se posicionava em um bloco compacto, e se alternava entre um 4-1-4-1, com os pontas alinhados aos meias, e um 4-4-2, com Rodrygo se alinhando a Benzema e Vinícius e Valverde fechando os lados do campo.
O Shakhtar, por sua vez, marcava em um 4-1-4-1 bem recuado. O capitão Stepanenko atuava como volante, marcando o espaço entre as linhas, e os pontas recuavam para marcar ao lado dos meias. Com as bolas, os ucranianos apostavam nos avanços dos laterais e pontas pelos lados do campo para atacar o Real Madrid em velocidade.
Começo de jogo
O jogo começou com um Real Madrid proativo, que mantinha a posse e adiantava a marcação para recuperar a bola em faixas mais avançadas do campo. Além disso, a marcação alta do Real Madrid permitia que os merengues sufocassem a origem da jogada do Shakhtar, que impediam que os ucranianos armassem contragolpes. Assim, os donos da casa conseguiam controlar a bola nos primeiros 10 minutos de jogo, com 60% da posse, além de produzirem 6 finalizações. O Shakhtar, por sua vez, não conseguia aproveitar os espaços nas costas da defesa do Real Madrid, e não conseguiu finalizar nenhuma vez no começo da partida.
A superioridade merengue no jogo seria recompensada rapidamente. Com 12 minutos do primeiro tempo, o Real Madrid se via em uma situação confortável, ocupando o campo de ataque e rodando a bola para movimentar e criar espaços no bloco de marcação do Shakhtar. Assim, Tchouaméni recebeu livre na intermediária ofensiva e deu um belo passe para Rodrygo na entrada da área. O brasileiro dominou mal a bola, que rebateu no zagueiro do Shakhtar, mas voltou para o pé do camisa 21 chutar no canto e abrir o placar para o Real Madrid.
Os merengues continuaram controlando a partida e criariam mais uma boa chance de gol por volta dos 20 minutos. Vinícius recebeu pela ponta esquerda, marcado por 2 defensores. O brasileiro girou o corpo, encarou os jogadores do Shakhtar e passou no meio de ambos com um elástico incrível, invadindo a área e batendo de perna direita. O chute foi bloqueado pela zaga visitante, mas o estádio inteiro aplaudiu a bela jogada de Vinícius Júnior. 5 minutos depois, o Real Madrid teve um contra-ataque com Valverde e Benzema, que terminou com um bom chute do francês da entrada da área que parou em uma defesa do goleiro Trubin.
Real Madrid colocando o Shakhtar na roda
O gol do Real Madrid deixou o Shakhtar ainda mais acuado em campo. Desse modo, os merengues tinham ainda mais conforto em ocupar o campo de ataque e dominar o adversário com ainda mais peças no ataque. O time de Ancelotti tinha Valverde e Carvajal mais abertos pela direita, Viníci e Mendy pela esquerda e aglomerava jogadores por dentro. Alaba contava com a cobertura de Mendy para avançar, e Kroos ficava na base da jogada enquanto Tchouaméni se posicionava mais adiantado. Rodrygo circulava por dentro como um camisa 10, enquanto Benzema, fazendo grande partida, se portava como um falso 9.
A partir disso, os merengues atacavam com muita mobilidade, fluidez e trocas de posição. O Real Madrid agrupava jogadores onde a jogada saía e, assim, criava linhas de passe com facilidade para superar a marcação do Shakhtar. Ancelotti dava liberdade aos jogadores para se movimentarem, trocarem de posição e atacarem espaços vazios, sem prendê-los a posições pré-definidas. Desse modo, os madridistas produziram incríveis 18 finalizações no primeiro tempo, sendo 9 delas no alvo, e mantendo a média de 60% de posse de bola.
Assim, o Real Madrid conseguiu ampliar sua vantagem. Os merengues recuperaram a bola no meio de campo enquanto o Shakhtar ensaiava um ataque e rapidamente se reestruturaram para contragolpear. Benzema saiu da posição de 9 para receber mais recuado a armar a jogada, e o Real Madrid encaixou uma bela troca de passes com Benzema, Rodrygo, Valverde e Vinícius Júnior. Assim, Rodrygo recebeu na entrada da área e conseguiu acionar Vinícius, livre, dentro da área, que bateu com calma e ampliou o placar.
O Shakhtar até conseguiu reduzir a diferença no placar com 39 minutos de jogo. O Real Madrid, por marcar em um bloco muito compacto, deixava espaços nos lados, e o lateral Mykhaylichenko foi acionado em velocidade e cruzou para o centroavante Zubkov marcar em um belo voleio. No entanto, o gol foi fruto de uma jogada esporádica e o Shakhtar não voltou a ameaçar o Real Madrid.
Volta para o segundo tempo
Os times voltaram para a segunda etapa sem substituições, e o cenário do primeiro tempo se manteve. O Real Madrid continuou atacando com muitos jogadores, apresentando mobilidade e fluidez, enquanto o Shakhtar, acuado, apostava nos contragolpes para explorar os espaços nas costas da defesa merengue.
O Real Madrid manteve o mesmo ritmo do primeiro tempo, e nos primeiros 10 minutos do segundo tempo os merengues mantiveram 70% da posse de bola, finalizaram 3 vezes e criaram uma grande chance. O Shakhtar conseguiu encaixar um contra-ataque com o centroavante Zubkov, mas Lunin se adiantou e conseguiu parar a jogada. No entanto, o Real Madrid não conseguia converter seu volume de jogo em gols, e o placar continuou apertado por causa do vacilo da defesa merengue no fim da primeira etapa.
Nos 10 minutos seguintes, o Real Madrid produziu mais 6 finalizações, mas continuou sem conseguir ampliar o placar. As duas chances mais claras foram por volta do minuto 19 do segundo tempo: a primeira foi em uma grande jogada de Rodrygo, que pegou a bola no meio de campo, carregou até a entrada da área, tabelou com Benzema e bateu no canto esquerdo do gol de Trubin, que fez uma bela defesa. A segunda, pouco depois, começou quando Alaba foi acionado em um belo passe de Toni Kroos, invadiu a área e tentou o passe para Benzema. O francês deixou para Vinícius Júnior na marca do pênalti, mas o brasileiro mandou para fora.
Real Madrid dominante, mas vantagem não se mostrava no placar
Os donos da casa mantinham seu domínio no jogo, controlando a posse de bola e criando chances de gol. No entanto, à medida que o tempo passava, a pressão do placar apertado começou a pressionar os jogadores, e o Real Madrid passou a produziu menos. A posse de bola, embora continuasse com os merengues, não era mais tão dinâmica. Além disso, os passes eram mais lentos e as chances de gol ficavam cada vez mais esporádicas. O Shakhtar, mesmo acuado, começou a ver o ritmo do Real Madrid diminuindo e conseguiu ensaiar contragolpes promissores, embora nenhum tenha surtido um efeito maior.
Aos 30 minutos do segundo tempo, Ancelotti tirou Tchouaméni para a entrada de Camavinga, que passou a atuar como o primeiro volante quando o time defendia, e tinha liberdade para avançar quando o time avançava. 5 minutos depois, Asensio entrou no lugar de Rodrygo, que saiu aplaudido de campo.
Já nos 10 minutos finais, o Real Madrid começou a focar seu jogo em controlar o ritmo, esfriar o time do Shakhtar e circular a bola no campo de ataque para não sofrer ataques do Shakhtar. Mesmo jogando com mais lentidão, o Real Madrid ainda conseguiu duas boas chances, ambas com Benzema. A primeira, com 42 minutos do segundo tempo, veio após uma bela jogada de Vinícius, onde a bola sobrou com o francês na entrada da área. Benzema bateu bem, mas a bola foi para fora. Pouco depois, Valverde recuperou a bola no ataque e o camisa 9 recebeu dentro da área, carregou o zagueiro com ele e bateu colocado no canto, mas Trubin fez outra boa defesa no jogo.
Já nos acréscimos, o Real Madrid produziu uma última boa chance. Em um contra-ataque, os merengues conseguiram achar Benzema pela ponta-esquerda. O francês passou para Valverde, livre, mas o uruguaio furou. A bola sobrou para Asensio, que bateu com força, mas a bola foi na trave.
Ficha técnica
Real Madrid 2×1 Shakhtar Donetsk
Data: 5 de outubro de 2022
Local: Estádio Santiago Bernabéu, Madri (ESP)
Gols: Rodrygo 12′; Vinícius Júnior 28′ | Zubkov 39′
Real Madrid: Lunin; Carvajal, Militão, Alaba, Mendy; Tchouaméni (Camavinga), Valverde, Kroos; Rodrygo (Asensio), Vinícius Júnior e Benzema. Treinador: Carlo Ancelotti.
Shakhtar Donetsk: Trubin; Konoplia, Bondar, Matviyenko, Mykhaylichenko; Stepanenko (Traoré), Bondarenko, Sudakov (Djurasek); Shved (Petriak), Mudryk e Zubkov (Sikan). Treinador: Igor Jovicevic.
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