Às vésperas do encontro entre os times pela Supercopa da UEFA, relembre quando Real Madrid e Eintracht Frankfurt decidiram a Champions League
Real Madrid e Eintracht Frankfurt protagonizarão, na próxima quarta-feira (10), o duelo pela Supercopa da UEFA. A competição consiste em um jogo único em campo neutro entre o campeão da Champions League e da Europa League, e é a abertura simbólica da temporada europeia. O confronto, no entanto, tem um quê especial: é o único confronto oficial entre as equipes desde que elas decidiram a final da Champions League em 1960.
Ou melhor, da Copa dos Campeões da Europa, já que o nome “Champions League” só foi adotado a partir da década de 90. Era apenas a quinta edição do torneio, que havia sido criado no início da temporada 1955/1956. Desde então, o Real Madrid conquistara o troféu europeu em todas as temporadas, batendo o Stade de Reîms, a Fiorentina, o Milan e novamente o Stade de Reîms nas 4 finais disputadas.
O Eintracht Frankfurt chegava como o azarão, e era a primeira equipe alemã a chegar à final do torneio. O Real Madrid, por sua vez, tinha acabado de ser vice-campeão espanhol e chegava para o jogo como o dono da competição. A cidade de Glasgow foi a sede da final, e mais de 127 mil pessoas estavam presentes no Hampdem Park. Nesse texto, vamos relembrar o contexto do jogo, o clima em Glasgow e o desenrolar da partida. Além disso, vamos destrinchar os detalhes táticos que consagraram o Real Madrid como campeão europeu mais uma vez.
Receita para o fracasso – mas que acabou dando certo
O Real Madrid chegava para o jogo com um clima razoavelmente turbulento para um time vencedor. Os merengues lideraram o Campeonato Espanhol por 12 rodadas, mas um clássico contra o Barcelona mudou a história. Na vigésima quinta rodada, os blaugranas venceram o Real Madrid por 3 a 1 no Camp Nou e assumiu a liderança por saldo de gols, e não largou mais.
Menos de um mês depois, o treinador paraguaio Fleitas Solich surpreendeu a todos e pediu demissão logo depois da penúltima rodada de LaLiga. Com o campeonato ainda em jogo (mesmo que virtualmente ganho pelo Barcelona) e as semifinais da Champions cada vez mais perto, Santiago Bernabéu não tinha tempo de escolher a dedo um treinador. Assim, o Real Madrid apostou em Miguel Muñoz: ex-volante do time que se aposentara dois anos antes e treinava o Castilla, time B dos merengues.
Uma troca de treinador duas semanas antes de uma semifinal europeia nunca é uma boa ideia. No entanto, Miguel Muñoz conhecia os jogadores e acompanhava de perto o dia-a-dia do time principal do Real Madrid. Assim, o espanhol conseguiu manter o trabalho que Fleitas Solich construíra, com algumas adaptações. Muñoz integrou o ponta brasileiro Canário no time titular no lugar do espanhol Herrera, e contratou Luís del Sol, que vinha do Bétis, para formar o ataque com Puskás e Di Stéfano.
O resultado, surpreendentemente, foi positivo. As semifinais, contra o Barcelona, foram um massacre: duas vitórias merengues por 3 a 1 e um 6 a 2 no agregado, resultados que causaram a demissão do treinador blaugrana Helenio Herrera. Nos 30 dias que separavam as semifinais da final da Champions, o Real Madrid disputou a primeira fase e o jogo de ida das oitavas da Copa do Rei (então Copa do Generalíssimo), e goleou nos dois jogos.
Eintracht Frankfurt: o tradicional “azarão queridinho”
O Eintracht Frankfurt, fundado em 1899 na cidade de Frankfurt, na Alemanha, começaria a desenhar um maior sucesso na década de 30. Em 1930 e 1931, o time alcançou as quartas de final do Campeonato Nacional, e ainda chegaria até a final em 1932, quando perderam o título para o Bayern.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o futebol alemão se reorganizaria em campeonatos locais, que classificavam dois times para a disputa da segunda fase. A segunda fase, em pontos corridos, definiria então dois times para disputar a final. Foi nesse sistema que o Eintracht Frankfurt reencontraria seu sucesso, mais de 20 anos depois dos promissores anos na década de 30.
O Eintracht, também conhecido como “As Águias”, foi campeão de sua liga regional sem maiores dificuldades. Comandados por Paul Oßwald, que já havia treinado o clube nos anos 30, os alemães deslancharam na segunda fase, marcando 26 gols em 6 jogos e vencendo todos eles. A final contra o ex-clube de Paul Oßwald, o Kickers Offenbach, foi mais difícil que o esperado, mas o Eintracht acabou vencendo por 5 a 3 na prorrogação. Assim, as Águias garantiram seu lugar na próxima Copa dos Campeões da Europa.
O Frankfurt começou sua campanha europeia se classificando na primeira rodada por W.O., quando o Kuopion se recusou a entrar em campo, reclamando das condições climáticas e do gramado. Na segunda rodada, os alemães golearam o Young Boys, campeão suíço, por 5 a 2 no agregado. Nas quartas, um confronto equilibrado: a vitória no jogo de ida e o empate sofrido na volta renderam uma vitória agregada de 3 a 2 do Eintracht sobre o Wiener Sport-Klub. As semifinais, surpreendentemente, seriam o confronto mais tranquilo. O Eintracht goleou o Rangers por 12 a 4 no agregado e chegou à final como o “time sensação”.
A escola alemã
A década de 1954 viu a consolidação do futebol da Alemanha Ocidental, que se reestruturou rapidamente após a Segunda Guerra. A cultura futebolística do país passa, inevitavelmente, pela influência da Escola Danubiana, que por sua vez encontra sua origem no futebol escocês. Jimmy Hogan, inglês filho de pais irlandeses, se encantou pelo futebol de passes que os clubes da Escócia aplicavam e saiu pela Europa Central implementando esse modelo.
Jimmy Hogan teve seus principais trabalhos em clubes da Áustria e da Hungria. Com passagens relevantes pelo Áustria Viena e pelo MTK Budapeste por volta dos anos 20, Hogan foi o responsável por implementar nesses países um jogo de muita técnica, troca de posição, posse de bola e mobilidade. Seus ensinamentos originaram a “Escola Danubiana”, chamada assim por causa do Rio Danúbio, que corta a região central da Europa. Esse estilo foi a base do Wunderteam, seleção austríaca semifinalista da Copa de 1934. Mais tarde, a Hungria seria finalista da Copa de 1954 com o mesmo estilo de jogo.
A proximidade da Alemanha desses países, principalmente a Áustria, Hungria e a então Tchecoslováquia, levou à influência do jogo danubiano sobre o futebol alemão. Desse modo, os germânicos lentamente absorviam as ideias de Jimmy Hogan, mas também faziam alterações de acordo com a cultura nacional.
Essa influência da cultura do país no futebol danubiano deu origem à “escola alemã”, um estilo de jogo único que até hoje mantém parte de suas características. A Alemanha manteve a ideia de um jogo de mobilidade, mas priorizou a verticalidade e a objetividade sobre uma maior troca de passes. Portanto, o futebol alemão seguiu um estilo mais pragmático em relação a seus primos da Hungria e da Áustria, que seguia um caminho mais “lúdico”.
Os galácticos do Real Madrid
Na Espanha, o futebol floresceu de outra forma. Os espanhóis não foram influenciados pelo futebol escocês, mas sim pelos ingleses. O primeiro grande clube da Espanha, o Athletic Bilbao foi fundado por jovens que vieram da Inglaterra, por isso o nome inglês no clube Basco. A partir daí, os ingleses estabeleceram o próprio estilo de jogo no país: um futebol mais direto, focado muito mais em lançamentos e nas conduções de bola do que na troca de passes dos escoceses, baseado na raça, nas conduções, no lançamento e no ímpeto, e não na técnica e na posse de bola.
O Real Madrid, porém, não seguiu esse caminho. Em ruínas após a Guerra Civil, o clube merengue passou 15 anos sem conquistar nenhum título. Santiago Bernabéu, que assumiu a presidência em 1943, viu uma instituição em crise que mal conseguia se colocar na elite do futebol espanhol. O ex-jogador, então, investiu na reforma do estádio, na construção da Cidade Desportiva e na reformulação das categorias de base. Assim, o Real Madrid passou a ser exemplo de estrutura para os clubes europeus.
No entanto, seria apenas no começo da década de 1950 que a reformulação estrutural de Santiago Bernabéu começou a dar frutos. Em 1953, o presidente nomeou o uruguaio Enrique Fernández como o treinador do time, e o espanhol José Villalonga como o preparador físico, dando origem ao DNA madridista.
A escola uruguaia se aproximava da filosofia danubiana de um jogo ofensivo, técnico e móvel, mas valorizava mais os talentos individuais. Essa ideia de jogo casava perfeitamente com o time que Bernabéu montava: um elenco cada vez mais estrelado, comandado pelo craque Alfredo di Stéfano. José Villalonga, que assumiu o cargo de treinador após a saída de Enrique, incluiu a objetividade e o preparo físico ao jogo lúdico do uruguaio.
Pré-jogo e escalações
A final da Copa dos Campeões da Europa protagonizava o confronto dois estilos que eram tão distintos quanto eram semelhantes. O Eintracht Frankfurt, mais limitado tecnicamente, gostava da ideia vertical do futebol alemão e usava e abusava de Erwin Stein como o alvo de bolas longas. O Real Madrid, já consolidado como “dono da Europa”, jogava um futebol móvel que parecia aquele que originou a cultura futebolística alemã. Uma ideia de jogo mais lúdica, que valorizava a bola, a movimentação dos jogadores e o talento de seus atacantes, mas sem perder a objetividade.
Paul Oßwald escalou seu time sem grandes novidades, partindo de seu 3-2-5 tradicional (mais conhecido como 3-4-3 nos dias de hoje e como W-M na década de 50 e 60). Egon Loy começou no gol, com Lutz, Höfer e Eigenbrodt como o trio de zaga e Weilbächer e Stinka como os volantes titulares. A linha de 5 atacantes era composta por Kreß, Lindner, Meier, o capitão Pfaff e o artilheiro Stein.
O Real Madrid foi à campo com força total, esbanjando seu elenco galáctico. O argentino Rogelio Domínguez colocou o capitão do time Juan Alonso no banco e foi o titular no gol madridista. O jovem Pachín, contratado no começo da temporada após uma passagem promissora no Osasuna, foi titular ao lado do grande Santamaría, zagueiro uruguaio, e de Marquitos, avô do lateral do Chelsea Marcos Alonso. Zárraga foi titular no meio de campo ao lado de José María Vidal, capitão do Real Madrid no jogo. Canário, ponta brasileiro, e Luis del Sol, recém contratado que assumira a camisa 8 de Didi, acompanharam o ataque multicampeão formado por Puskás, di Stéfano e Gento.
Começo da partida, abordagens táticas e um Real Madrid “desligado”
Ambas as equipes foram a campo com suas táticas tradicionais. O Eintracht Frankfurt foi à campo alinhado no W-M tradicional, com 3 zagueiros, 2 volantes, 2 atacantes, 2 pontas abertos e um centroavante fixo. O Real Madrid também partia de um W-M, mas com uma pequena mudança: os atacantes atuavam mais próximos da área, e o “centroavante” era, na verdade, um meia: Alfredo Di Stéfano recuava até o meio de campo para armar o time.
Chegando a campo com o status de favorito, o Real Madrid não correspondeu às expectativas no início do jogo. Sofrendo um cruzamento perigoso já no primeiro minuto do jogo, que forçou uma defesa de Domínguez, os atuais campeões europeus pareciam desligados da partida.
Os primeiros 10 minutos de jogo foram de superioridade do Eintracht. O Real Madrid mal conseguia avançar em campo, apostando principalmente nas arrancadas de Di Stéfano e de Gento, e contava com o trio de zaga e a dupla de volantes para frear os avanços dos alemães. Os madridistas só conseguiram encaixar um ataque com 5 minutos de jogo, enquanto o Eintracht chegava com facilidade ao campo defensivo do Madrid e geraram 3 grandes chances em menos de 15 minutos a partir de seus pontas.
A partir dos 15 minutos, os merengues reagiram e conseguiram uma falta na entrada da área após uma boa troca de passes entre Di Stéfano, Del Sol e Canário. Puskás cobrou com força, mas a bola passou acima do travessão. Pouco depois, Del Sol recebeu a bola de Di Stéfano e deixou Canário livre na área, mas ele demorou e foi desarmado. O ataque acordou, mas a desatenção na defesa cobrou seu preço: Zárraga errou na sobra e a bola ficou com Stein na ponta. O alemão cruzou a bola para Kreß, sozinho, abrir o placar.
Reação madridista
O gol do Eintracht Frankfurt foi o choque de realidade para o time do Real Madrid. Após sair em desvantagem, os merengues passaram a ter uma postura mais proativa sem a bola, procurando recuperar a posse na faixa central do campo e assim armar contragolpes. Além disso, o Real Madrid passou a trabalhar mais as jogadas e parar de forçar bolas para Gento e Puskás pelo lado esquerdo. A partir dos 20 minutos de jogo, os madridistas passaram a ocupar mais o meio de campo a partir dos volantes e de Di Stéfano, que contavam com os avanços dos zagueiros pelos lados. Os pontas passaram a ser acionados mais próximos da área e, assim, ofereciam mais perigo.
E foi assim que a reação madridista foi recompensada. Di Stéfano recebeu a bola na intermediária defensiva do Real Madrid, arrancou e passou para Del Sol. O espanhol tocou para Gento, que passava por dentro. O ponta rapidamente deu a bola a Puskás, que driblou um defensor e entrou na área, mas foi desarmado. A bola acabou sobrando para Gento, que cruzou a bola na área. A zaga afastou, mas Zárraga ficou com a sobra e inverteu a bola para Canário. O brasileiro driblou Höfer, levou a jogada para a linha de fundo e cruzou a bola para Di Stéfano chegar em um chute fulminante na linha da pequena área e empatar a partida aos 27 minutos.
Após o gol, o Real Madrid acordou para a partida de vez. Os merengues dominavam o meio de campo, contando com os avanços dos volantes e dos zagueiros pelos lados e com os recuos de Del Sol e, principalmente, Di Stéfano. O lado esquerdo do ataque, normalmente, era onde as jogadas se definiam, com Gento e Puskás armando tabelas, ultrapassagens e trocas de posição.
Di Stéfano decisivo
Os 20 minutos finais do primeiro tempo marcaram a superioridade incontestável do Real Madrid. Além do domínio do centro do campo, os merengues aplicaram um protótipo de uma marcação-pressão. Assim, os volantes com a ajuda de Di Stéfano dobravam a marcação quando a bola chegava na faixa central e recuperavam rapidamente a posse. A partir disso, Gento, Puskás e Canário estavam preparados para receber as bolas de Del Sol, Di Stéfano, Zárraga e Vidal, que acionavam os atacantes já no terço final.
Apenas 3 minutos depois do gol de empate de Di Stéfano, a marcação alta do time merengue conseguiu recuperar rapidamente a bola que sobrou de um escanteio afastado pela zaga alemã. Gento recebeu na ponta-esquerda e cruzou para a área. Höfer cortou o cruzamento, mas Del Sol recuperou a bola na entrada da área e enfiou a bola para Canário. O brasileiro bateu em cima do goleiro, mas Loy deu o rebote e Di Stéfano não perdoou e virou a partida para Real Madrid. Mais tarde, Canário teve chance de fazer o terceiro em um contragolpe, mas a bola passou rente à trave.
O Eintracht Frankfurt, para escapar da marcação agressiva do Real Madrid, passou a apostar cada vez mais em bolas longas para os pontas. Assim, os atacantes internos Pfaff e Lindner participavam cada vez menos do jogo. A defesa madridista aproveitava que o ataque alemão elaborava menos suas jogadas, e conseguia cortar os lances ofensivos do Eintracht com mais facilidade. Os alemães só levavam perigo quando conseguiam acionar seus pontas em velocidade, ao invés de fazê-los brigar pela bola.
Nos minutos finais do primeiro tempo, Puskás recebeu um passe longo de Domínguez na altura do meio de campo e, de primeira, lançou Del Sol. O camisa 8 ficou mano a mano com Eingenbrodt na entrada da área e deu um chapéu no alemão, mas foi desarmado. Porém, Puskás ficou com a sobra na esquerda da área e bateu sem ângulo com sua perna canhota para marcar o terceiro gol do Real Madrid.
Segundo tempo e Ferenc Puskás histórico
Com 3 a 1 a favor no placar, o Real Madrid ficou muito mais confortável para jogar seu jogo. Na volta para o segundo tempo, os madridistas passaram a trabalhar ainda mais a bola no meio de campo. Puskás começou a participar mais do jogo, recuando para mais perto de Del Sol e Di Stéfano. Assim, os 3 atacantes centrais trocavam muito de posição e circulavam com liberdade por dentro do ataque. Gento e Canário ficavam mais fixos nas pontas, acionados mais à frente no campo, e atuando como válvulas de escape. Zárraga e Vidal avançaram ainda mais, e os zagueiros se posicionavam na linha de meio de campo.
Aos 11 minutos da segunda etapa, Zárraga recuperou a bola no círculo central e entregou a bola para Del Sol, que a devolveu para Zárraga. O volante acionou Puskás, que girou e deu um belo passe enfiado para Gento, rasgando a defesa alemã. Kreß alcançou Gento e o desarmou. O juiz marcou um pênalti duvidoso no lance, e Puskás converteu a cobrança com um chute forte.
4 minutos depois, Santamaría desarmou Meier na entrada da área e rapidamente passou a bola para Del Sol. O camisa 8 passou para Gento, que tocou para Puskás e fez a ultrapassagem. Puskás driblou seu marcador e lançou Gento em profundidade. O ponta espanhol levou a bola para a linha de fundo e cruzou para trás para Puskás empurrar a bola para o gol e completar seu hat-trick.
11 minutos mais tarde, Puskás fez história. Domínguez cobrou o tiro de meta e o Real Madrid venceu a disputa de bola no meio de campo. Os merengues circularam a bola com calma até Puskás novamente achar Gento pela esquerda. O ponta cruzou e a bola sobrou para Canário, que bateu cruzado. Puskás interceptou o chute do companheiro, que ia para fora, no meio da área, e chutou para fazer seu quarto gol e o sexto do time no jogo. Assim, o Major Galopante se tornou o primeiro e até hoje único jogador a fazer 4 gols numa final de Champions.
Final de jogo e recital do Real Madrid
Com 6 a 1 no placar em 70 minutos de jogo, era apenas uma questão de administrar o resultado e saber de quanto seria a vitória madridista. Os minutos seguintes ao quarto gol de Puskás foram intensos: apenas um minuto depois, uma falha de Santamaría em uma disputa de bola deixou Pfaff com espaço, e o camisa 10 alemão acionou Stein, que diminuiu o placar para 6 a 2.
Na saída de bola do Real Madrid no meio de campo após o gol do Eintracht, Di Stéfano recebeu de Del Sol na intermediária e o camisa 9 arrancou com a bola até a entrada da área, quando bateu forte e fez um golaço aos 73 minutos de jogo, ampliando o placar para 7 a 2. 2 minutos depois, com 75 minutos jogados, Santamaría falhou mais uma vez e, em um recuo errado, a bola ficou com Stein, que marcou o terceiro gol do Eintracht no jogo e firmou o resultado final de 7 a 3.
Até o final do jogo, o Real Madrid criaria mais 5 grandes chances de gol, mas não marcou mais nenhum. Os merengues rodavam a bola com calma e cercavam a bola de um Eintracht acuado, mais preocupado em não tomar o oitavo gol do que armar seus ataques. Apesar de falhas individuais da defesa merengue, o Real Madrid manteve uma superioridade absoluta e incontestável sobre os alemães desde os 20 minutos de jogo. Foram 70 minutos de um time avassalador com a bola, de um dos melhores ataques da história. Na reta final da partida, o Eintracht que mal tocava na bola e um Real Madrid que fazia o que queria com seus rivais.
Ficha técnica
Real Madrid 7 x 3 Eintracht Frankfurt
Local: Estádio Hampden Park, Glasgow, Escócia
Data: 18 de maio de 1960
Gols: Di Stéfano 27′, 30′, 73′; Puskás 45′, 56′, 60′, 71′ | Kreß 18′, Stein 72′, 75′
Real Madrid: Domínguez; Marquitos, Santamaría, Pachín; Zárraga, Vidal; Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskás e Gento. Técnico: Miguel Muñoz.
Eintracht Frankfurt: Loy; Lutz, Eigenbrodt, Höfer; Weilbächer, Stinka; Kreß, Lindner, Stein, Pfaff e Meier. Técnico: Paul Oßwald.
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