Tricampeão da UEFA Champions League pelo Real Madrid, Lucas Vázquez foi entrevistado pelo jornal inglês The Guardian em mais um dia de quarentena por conta da pandemia do COVID-19 e contou os detalhes sobre a descião do clube merengue em cortar gastos neste momento atípico.
“Ramos é o capitão, primeiro conversaram com ele e ele nos contou. Tivemos uma reunião, conversamos, avaliamos e discutimos o que era melhor para todos. Não tínhamos dúvida do que tínhamos que fazer. Madrid é um grande clube com muitos funcionários, somos como uma grande família. Fizemos a coisa certa sem hesitar. Agora queremos jogar, se pudermos”, contou.
No dia 8 de abril, o Real decidiu diminuir o salário dos jogadores (de futebol e basquete), da comissão técnica e de membros da diretoria entre 10% e 20%, a fim de não prejudicar os demais funcionários do clube que recebem menos.
Vázquez falou também quanto à possibilidade de retorno da temporada: “Acima de tudo, devemos ser responsáveis, se pudermos jogar com as medidas de segurança necessárias, adoraríamos terminar a temporada. Seria bom para as pessoas, para a sociedade, por duas horas que você não precisa pensar no vírus. Futebol traz felicidade”.
Caso a temporada realmente volte a ser jogada, a tendência é que o Madrid ‘transfira’ os seus jogos para o Estádio Alfredo Di Stéfano, casa do Castilla. Quanto a isso, o camisa 17 disse: “O campo é do mesmo tamanho do Bernabéu, portanto não seria uma loucura. Eu já joguei com portões fechados e é estranho, você pode se comunicar e ouvir tudo. Às vezes, se o treinador estiver em um outro lado e eu no outro, tenho que falar com com gestos, e sempre poderia culpar o barulho quando não souber o que ele diz, mas se o campo estiver vazio, não”.
Demais declarações do atleta merengue ao tablóide inglês.
Quarentena: “É diferente, estamos acostumados a competir, trabalhar, viajar, estamos sempre juntos, 30 pessoas juntas sempre… e durante a noite você está sozinho. Pouco a pouco, há boas notícias, os números caem e esperamos que tudo volte ao normal”.
De Curtis (pequena cidade onde nasceu) à Madri: “Algumas pessoas fizeram coisas boas, mas acho que não há ninguém na cidade que ganhou três Champions. Há 2.000 pessoas e todo mundo se conhece, é a cidade pequena típica com fazendas e outras coisas. Mudar aos 15 anos de idade da sua cidade para uma cidade de quatro milhões de habitantes é algo enorme. Houve bons e maus momentos. Você tem que ser forte, encontrar o seu caminho e acreditar. Eu faria tudo de novo com os olhos fechados”.
Futuro: “Meu sonho é me aposentar no Real Madrid, mas nunca se sabe no futebol. Quando eu era pequeno, assisti à Premier League com meu irmão, é muito atraente, é um futebol que pode se ajustar muito bem às minhas características e à minha personalidade”.
Zidane: “É transparente, para o bem ou para o mal, ele sempre diz coisas na sua cara”.
Personalidade: “Sair para dizer algo aos microfones não ganha nada, mas isso não significa que não vou no dia seguinte e diga: “Ei, eu quero jogar”. A parte mental do jogo é muito importante, às vezes as pessoas reclamam e pensam que queremos perder. Nós não somos máquinas. Quando eu era mais jovem e jogava mal, ficava bravo por dois dias, mas ao longo dos anos você aprende. Não ajuda ficar pensando constantemente, você tem que saber o que fez de errado, auto-criticar e melhorar. Tem que conviver com essa pressão”.
Pênalti na final da Champions contra o Atlético de Madrid em 2016: “Eu não estava com medo, acho que porque realmente não sabia o quanto estava em jogo. Estava convencido de que iria marcar. Na marca do pênalti, eu pensava ‘vou fazer, vou fazer’. Eu bati na bola com força e esperei que ela entrasse. Ganhei três Champions e uma La Liga, parece incrível e adoraria fazer tudo novamente”.
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