Você chega no clube da sua infância com a missão de substituir um grande ídolo. Sua vida muda do dia para a noite com uma responsabilidade imensa. A melhor forma de encarar isso é lidar com os fatos. Se você é o goleiro do maior clube do planeta, então seja o melhor goleiro do planeta. Keylor Navas encarou isso com coragem, trabalho e determinação. Ele foi do tamanho do clube.
Costa-riquenho fazia jus a camisa na Champions, parecia sentir a competição como cada madridista. A euforia, o coração acelerado, o nervosismo, a explosão, cada bola valia o título e ele sabia disso. Era um gigante de 1,85 que fechava a meta, operava milagres e vibrava como cada um de nós.
A cada bola indefensável que ele buscava era como se ganhássemos uma vida extra, como nos vídeo-games. Passasse o que passasse, sabíamos que aos 10 ou aos 91 minutos, Keylor realizaria algum milagre que por destino ou emoção nos faria acreditar que era nossa, aquela Champions era nossa.
As bolas impossíveis naquele duelo contra o Bayern, a final contra a Juve, o jogo contra o Liverpool em Kiev, as defesas milagrosas no dia em que eliminamos o Atleti na semi e despedimos o Calderon da Champions. Alguns dos muitos jogos inesquecíveis que contaram com uma participação importante do goleiro.
O vejo ir embora com a sensação de que falhamos com ele, com quem sempre entregou mais do que podia, mais do que sabia. Disputava cada bola como se fosse a última e assim nos ajudou a conquistar a Europa por três vezes seguidas. Um homem que se tornava um gigante vestindo a nossa camisa, fazendo jus ao que ela significa.
Nós mostramos ao mundo a coragem e a garra de Keylor Navas e em troca ele nos mostrou que podia ser do tamanho do Real Madrid.
Cada crônica nova que leio da Marcela me dá a resposta do porquê temos uma equipe tão linda. Escreve com alma e coração, como manda o figurino madridista. GRACIAS