Treinador do Real Madrid, Ancelotti concede entrevista e fala sobre expectativas para final em Paris contra o Liverpool
Carlo Ancelotti compareceu à sala de imprensa do CT de Valdebebas para o UEFA Open Media Day, evento de prévia da final da Champions League. Nesse sentido, o assunto central claro foi a grande final do próximo sábado e assim o treinador falou sobre o tema: “Jogaremos o jogo mais importante do futebol mundial e vamos entregar nosso melhor”.
Confira todas as declarações de Ancelotti
Sentimento por estar na final: “O sentimento é de aproveitar estes momentos ao máximo. E de estar bem, a equipe está se preparando e está tranquila. Claro que com o passar dos dias o nervosismo vai chegar, pois é natural. Todo o ano a competitividade vai aumentar, então muitas equipes têm como objetivo estar numa final de Champions. Dessa forma, estar na final da Champions é um grande êxito, com toda a concorrência que tínhamos ao nosso redor. Nos últimos oito anos, o Real Madrid chegou na final várias vezes e agora pode ganhar outra e isso é incrível”.
O que é mais difícil de ganhar: a LaLiga ou a Champions? “Ganhar é difícil, seja a LaLiga ou a Champions, são competições diferentes. Na Champions, não se pode falhar. Na LaLiga, caso aconteça alguma coisa no meio do caminho, se tem tempo para arrumar e recuperar os pontos perdidos”.
Rodrygo: “Pode ser titular, pois quando entrou fez a diferença. Isso não me preocupa, sei o que ele pode fazer no jogo. Não é um jogo apenas para 11 jogadores, mas para mais jogadores. Se chegamos na final também é porque os que entraram por três ou quatro minutos estiveram ali para ajudar a equipe”.
Meritocracia na Champions e recorde pessoal
Pênaltis: “Temos que preparar uma lista com os que achamos que são os melhores. E se chegar aos pênaltis, perguntarei a estes jogadores se estão confortáveis para cobrar os pênaltis. Isso é bastante complicado, já tive dificuldades em final com isso, pois é difícil encontrar jogadores que que queiram cobrar os pênaltis às vezes”.
O Real Madrid merece o titulo? “Sim, merecemos ganhar a Champions. Por tudo o que fizemos para chegar até a final, sobretudo pelo comprometimento. Talvez não tenhamos demonstrado uma qualidade excepcional, mas nenhum outro time demonstrou o mesmo comprometimento e motivação. Mas claro que isso não é o suficiente para ganhar a Champions se não tiver o mesmo compromisso e motivação na final”.
Qual o pior momento antes da grande decisão? “Para mim são as três, quatro horas antes. Porém, tudo passa quando o jogo começa. Antes do jogo temos que colocar todas as informações importantes na cabeça dos jogadores com relação à pressão, por exemplo. O fato de ter jogadores como Karim, que jogou outras finais e que pode explicar a Camavinga e Mendy como manter-se, é ótimo. Isso é um mix. O elenco está bem muitos jogadores, pois quase todos já jogaram alguma final. Então não tenho que ensinar nada. A prévia vou fazer, como sempre, tranquila… com motivação alta e um pouco de preocupação. Essa equipe está acostumada mais do que qualquer outra a jogar esse tipo de partida”.
Primeiro treinador a poder ganhar quatro Champions: “Seria um grande êxito para mim. Mas em uma final tudo pode acontecer. Não sou obcecado por títulos individuais”.
‘La Décima’, estado físico da equipe e falas de Salah
Oito anos da conquista da ‘La Décima’: “A pressão daquela final era enorme, pois o Madrid não ganhava a Champions há 12 anos. Agora, claro, o madridismo está sim muito motivado, mas a pressão é menor e então isso é uma vantagem”.
Real Madrid fisicamente melhor? “Temos que destacar isso. Jogamos contra uma das melhores equipes. E isso se soma a qualidade individual, ofensiva, de organização. Não acho que o físico seja a chave, pois há muitas coisas a mais para valorizar”.
Qual jogo foi mais difícil até aqui? “Contra o Chelsea mentalmente foi difícil. Quando se pensa muito que você tem vantagem, é mais complicado. Nos outros a preparação foi diferente, já que tínhamos desvantagem”.
Soma de êxito entre comissão técnico e elenco: “Criamos um ambiente bom aqui porque a relação é boa. Quando os demais funcionários do clube estão aqui são felizes. O clima é bom. Alguns jogadores se destacaram mais, mas o importante é que não baixamos os braços”.
Declaração de Salah: “Na história do Real Madrid também há uma final perdida em Paris e contra o Liverpool. Poderíamos ter essa mesma motivação, mesmo respeitando o grande jogador que Salah é”.
Remontadas, Hazard, Liverpool…
Nova Remontada? “Espero que não. Nós preferíamos que fosse o Liverpool quem tentasse. Claro, temos muito respeito ao adversário. Fez uma grande campanha, assim será uma final igualada e comprometida”.
Hazard: “Ele está bem. Acabou de sair de uma lesão e está motivado. Ele está treinando e pode jogar a final, assim como Bale. Todos estão treinando e motivados”.
Liverpool: “Joguei contra eles muitas vezes. Em 2005 perdi uma final em Roma. Foi uma tragédia esportiva em uma final que parecia ganhada, depois perdemos nos pênaltis. E depois, como disse Salah, a vitória em 2007. É um clube que respeito, tem uma história bonita. Ano passado ganhei um Dperbi em Anfield e foi incrível. É uma equipe que tem seis Champions e isso é uma motivação extra para o jogo”.
O que mais te surpreendeu no elenco? “Não vou dizer a qualidade porque já conhecia. Mas a continuidade Vini J por exemplo. A humildade que também já havia desde 2014. E nesse período, ganharam outras três Champions e a humildade e profissionalismo continuaram presentes. Isso é um exemplo para os que chegam, pois jogadores que fizeram história como Modric, Casemiro, Nacho, mantiveram o mesmo comportamento”.
Real Madrid invencível? “Até agora sim, pelo fato de nunca termos baixado os braços. Às vezes pode se pensar que foi sorte, mas o ambiente e este estádio em especial ajudaram muito. A má sorte é que jogamos na fantástica Paris e não teremos essa ambiente especial do nosso estádio”.