Em recente entrevista para a revista GQ Magazine, Toni Kroos afirmou que tem o desejo de terminar sua carreira no Real Madrid. O alemão também falou sobre o assunto do momento, o retorno do futebol pós-pandemia.
“Tenho ainda três anos de contrato e minha intenção é cumpri-lo. Terei 33 anos e as opções serão aqui, fazer outra coisa ou encerrar minha carreira. Meu desejo é terminar minha carreira no Real Madrid”, disse.
Abaixo, algumas perguntas feitas ao jogador.
Como viveu o confinamento em Madrid?
“Aqui na Espanha o confinamento foi mais severo, não pudemos sair de casa por semanas. Para mim foi uma maldição e uma bênção. Eu não tenho problema em ficar fechado em casa. A final isso é o que mais senti falta nos últimos anos. Depois de tantas viagens, pude estar em casa com minha família. É claro que foi uma situação bem diferente da que vou ter quando encerrar a carreira, pois toda essa situação tem um contexto ruim e muita gente sofreu”.
Como passou o tempo livre em casa?
“Tenho três filhos. Meus filhos maiores estudam em um colégio americano em Madri. Eles recebiam tarefas online de segunda a sexta. Foi algo que ocupou meu tempo, ser uma mistura de pai e professor, como as tarefas são em inglês. Também tenho um filho de um ano que não é tão independente e necessita de atenção”.
A Ppandemia influenciará na retomada do futebol de forma permanente ou você acredita que tudo voltará ao normal?
“Não acredito que seja tão rápido, as perdas foram muitos grandes. Não se encontram soluções a curto prazo. Muitos clubes vão ter que encontrar uma forma para seguir sendo competitivos. O quanto pagar por uma nova contratação… terão mais cuidado do que tinham antes da crise. Isso tem a ver com a competitividade e a pressão por ganhar. Tem que analisar se podem gastar a mesma quantidade de dinheiro antes da crise”.
Seu pai é treinador, e você considera isso uma opção após ‘pendurar as chuteiras’?
“Sim, me vejo ocupando algum cargo no futebol, mas não esse. Voltaria a mergulhar no que mais me encomenda, que são as viagens, e o fato de não parar em casa por semanas. Me imagino trabalhando em uma categoria de base, falando sobre minha experiência. O que eu considero importante é o poder de decidir minha rotina. Porque a nós jogadores são impostas muitas coisas. Em qual hotel dormir, quando comer, e treinar. Tenho muita vontade de ter independência”.
Neste verão teríamos a Eurocopa, que foi transferida para 2021 por conta da pandemia. Acha que é o titulo que falta pra você?
“Dou importância, mas gostaria de ganhar mais uma Champions também. Não tem nada a ver com a quantidade de títulos. É um titulo importante, eu quero ganhar cada campeonato que participo. A motivação em uma competição como a Euro é sempre muito alta, não acredito que um ano de atraso nos afete. Pelo contrário, se tudo correr bem em 2021, alguns lesionados estarão de volta, e então poderemos ver a evolução do grupo”.
Na Espanha te taxam como um típico alemão. Você se considera assim?
“Talvez na visão espanhola. Na alemã talvez seja bastante espanhol. Os espanhóis são mais relaxados e eu me tornei uma pessoa mais relaxada. Mas sigo sendo um seguidor da pontualidade. Algo que se leva de forma mais tranquila aqui. Tipo chegar dez minutos mais tarde é normal aqui. Quando chego três minutos antes de uma reunião com o time sempre sou o primeiro a chegar. Na Alemanha eu seria um dos últimos. Os espanhóis gostam também de abraçar e beijar a todo mundo. Eu não sou esse tipo de pessoa, acredito que seja alemão demais para isso. O que não quer dizer que não goste de ter contato com o outro. Apenas não gosto do contrato corporal extremo”.
Como você vê a questão da homossexualidade no futebol ?
“O meu senso me diz que todos devem viver em liberdade, não tenho dúvida disso. Não sei se daria um conselho a um jogador declarar-se homossexual. Às vezes no campo de jogo se utilizam certas palavras e, levando em consideração a emoção vivida nas arquibancadas, não poderia assegurar a um companheiro que talvez não sofresse alguma ofensa. Mas acredito que o jogador que decida dar esse passo, teria o apoio de muitos lados. Cada jogador tem que decidir por si próprio. Se considera isso uma vantagem ou desvantagem. Embora eu acredite que tudo hoje em dia não sejam vistos como vantagens”.
(Foto destaque: Getty Images Sport/Quality Sport Images)
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