Doze dos maiores clubes da Europa anunciaram a criação de uma nova Superliga Europeia, governada por seus fundadores
Arsenal, Atlético de Madrid, Barcelona, Chelsea, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Milan, Real Madrid e Tottenham anunciaram neste domingo (18) a criação de uma nova Superliga Europeia, uma nova competição continental que substituiria a UEFA Champions League como a principal competição de clubes do mundo.
Mais outros três clubes serão convidados para se juntar à inauguração da Superliga, que começará “o quanto antes”, segundo comunicado oficial. Bayern de Munique, Borussia Dortmund e Paris Saint-Germain teriam recusado o convite para participar da nova Superliga.
Florentino Pérez, atual presidente do Real Madrid, ocupará o cargo de presidente da Superliga, com ambos Andrea Agnelli, presidente da Juventus, e Joel Glazer, presidente do Manchester United, como vice-presidentes. Agnelli ainda deixa seu cargo de presidente da ECA (Associação dos Clubes Europeus), que tinha se posicionado contra a formação da Superliga Europeia.
Formato da Superliga
A competição contaria com 20 clubes, divididos em 2 grupos de 10: 15 membros fixos (os 12 fundadores mais os 3 convidados para a inauguração) e 5 outros times que se classificarão anualmente com base no seu rendimento na temporada anterior.
Os jogos da Superliga serão disputados no meio de semana, mantendo a formação do calendário atual e a participação de seus clubes em suas respectivas ligas nacionais. Os clubes jogarão, dentro de seus grupos, partidas de ida e volta, e os três primeiros de cada grupo se classificarão automaticamente para as quartas de final. Os clubes em quarto e quinto lugar disputarão duas vagas em playoff.
O mata-mata será em ida e volta, com final em jogo único e campo neutro. A temporada da Superliga começará em agosto e terminará no final de maio.
Os clubes anunciaram que, assim que seja possível, a Superliga começará a ser realizada, tanto no masculino quanto no feminino. Segundo os fundadores, a Superliga contribuirá para o avanço e o desenvolvimento do futebol feminino.
No comunicado, os clubes fundadores afirmam que o novo torneio irá proporcionar aos clubes um avanço econômico significativo. Eles afirmam que a pandemia de COVID-19 acelerou a instabilidade econômica do modelo atual do futebol, e que os objetivos dos clubes fundadores de melhorar a qualidade do futebol europeu levou-os à criação de uma competição onde os grandes clubes e jogadores se enfrentam regularmente.
O crescimento econômico que a Superliga proporcionaria seria importante para apoiar o futebol europeu a longo prazo, segundo os fundadores, e faria com que os pagamentos, que seriam maiores que os atuais, evoluíssem junto das receitas da Superliga.
Haverá, também, um comprometimento dos participantes em seguir um quadro de gastos. Em troca de seu compromisso, os clubes fundadores receberão coletivamente um pagamento único de 3,5 bilhões de euros dedicados exclusivamente à planos de investimento, infraestrutura e compensação dos danos da pandemia da COVID-19.
Posição da UEFA, FIFA e demais confederações
A UEFA foi veemente em sua posição e lançou um comunicado junto da FA (Associação de Futebol Inglês), da Premier League, da RFEF (Federação Real de Futebol Espanhol), da La Liga, da FIGC (Federação de Futebol Italiano) e da Série A. O comunicado afirma que todos os que o assinam são contra a formação da Superliga, chamando-a de projeto cínico fundado no interesse próprio de alguns clubes.
O comunicado também afirma que os clubes participantes da Superliga serão banidos de qualquer competição sob a jurisdição dessas confederações, como os campeonatos e copas nacionais da Inglaterra, Itália e Espanha ou a UEFA Champions League e UEFA Europa League. Desse modo, eles seriam banidos de qualquer competição, doméstica ou continental, e os jogadores desses clubes seriam impedidos de representar suas seleções.
Segundo o The Telegraph, o Liverpool já teria rompido com a Associação dos Clubes Europeus, e há especulações de que Manchester City, Real Madrid e Chelsea seriam banidos da atual edição da Champions League. A BBC Sports apontou que a UEFA Champions League e UEFA Europa League estariam temporariamente suspensas.
A FIFA, em seu pronunciamento oficial, expressou ser contra a formação de uma liga europeia fechada fora das estruturas internacionais e sem respeitar princípios de solidariedade, inclusão e distribuição financeira igualitária.
Porém, a FIFA também afirmou que pretende promover diálogos construtivos para encontrar uma solução melhor para todas as partes envolvidas, e que fará de tudo para atingir um meio harmônico para os interesses de todos, se mostrando muito menos veemente que a UEFA e mais aberta ao diálogo.
Os clubes fundadores da Superliga anunciaram em seus comunicados que pretendem desenvolver conversas com ambas FIFA e UEFA para buscar as melhores soluções para a Superliga e para a estrutura e o conjunto do futebol mundial.
As estimativas apontam que a Superliga começaria já na próxima temporada caso ela seja realmente efetivada, mas outras informações apontam que ela só teria seu começo após a Copa do Mundo do Qatar, na temporada 22/23, visto que os clubes já tem seus calendários prontos até o fim da temporada 21/22.
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