Fora de casa, o Real Madrid sofreu com falta de contundência no ataque e na defesa contra o Villarreal e acabou sofrendo sua segunda derrota em LaLiga
O Real Madrid visitou o Villarreal neste sábado (7) e perdeu por 2 a 1. Em um jogo com dois pênaltis polêmicos e muitos gols perdidos, os merengues sofreram muito com falhas na defesa e no ataque e acabaram saindo de campo derrotados pela segunda vez em LaLiga. A derrota mantém o tabu do Real Madrid contra o Villarreal, já que os blancos não vencem o submarino amarelo fora de casa desde 2017.
O jogo começou com um Villarreal superior, com um breve momento de domínio merengue por volta dos 20 minutos do primeiro tempo. Desde então, o Real Madrid começou a enfrentar um problema que o assombraria até o final do jogo: faltava contundência aos defensores, que acabavam dando espaços aos jogadores do Villarreal, e aos atacantes, que não conseguiam aproveitar as chances produzidas.
O segundo tempo voltou com um balde de água fria para o Real Madrid, pois o Villarreal marcou no primeiro minuto da segunda etapa. Os merengues reagiram e até conseguiram um pênalti, que foi convertido. No entanto, outro balde de água fria seguiu o gol de empate: um minuto depois do Real Madrid ter empatado o jogo, Alaba cometeu um pênalti e o Villarreal voltou à vantagem no placar. Na reta final de jogo, os merengues até conseguiram produzir boas chances, mas desperdiçaram todas elas.
Escalações
O Real Madrid teve disponível, para o confronto contra o Villarreal, quase todo o elenco inteiro. Mariano e Odriozola ficaram de fora, mas a ausência mais sentida foi a de Carvajal. O lateral-direito titular já treinava separado nos últimos dias se queixando de dores, e acabou ficando de fora da lista dos relacionados, mas as ausências pararam por aí. Assim, com a exceção de Carvajal, Carlo Ancelotti mandou à campo seu time quase ideal.
Courtois começou no gol e Rüdiger entrou na vaga de Carvajal, com Militão, Alaba e Mendy completando a linha de defesa. Do meio para frente, força total: Tchouaméni foi o volante titular e acompanhou Modric e Kroos no meio de campo, com Valverde em sua tradicional posição de meia-direita. O ataque teve Vinícius Júnior pela ponta-esquerda e Benzema por dentro. Essa escalação gerou uma curiosidade: sem Carvajal, o Real Madrid entrou em campo sem nenhum jogador espanhol no time titular pela primeira vez no século XXI.
O Villarreal tinha apenas um desfalque para o jogo, mas um desfalque relevante. Lo Celso, argentino que não conseguiu disputar a Copa do Mundo por lesão, não conseguiu se recuperar a tempo e ficou de fora para a partida. Além disso, o goleiro Rulli deixou o time para defender o Ajax, da Holanda. Desse modo, Quique Setién escalou seu Villarreal com Pepe Reina no gol, Foyth e Alberto Moreno nas laterais e Raúl Albiol e Pau Torres no centro da defesa. Sem Lo Celso, o meio de campo acabou sendo formado por Parejo, Coquelin e Alejandro Baena. No ataque, Gerard Moreno foi acompanhado por Samuel Chukwueze e Yerémy Pino.
Táticas iniciais
O Real Madrid partia de seu 4-3-3 tradicional, que apresentava Valverde como meia-direita e Vini pela ponta-esquerda. Sem Carvajal, Ancelotti escalou Militão pela lateral-direita, com Rüdiger no centro da zaga com Alaba. O austríaco era o zagueiro que mais avançava e frequentemente aparecia pelo lado esquerdo do ataque, junto de Mendy. Tchouaméni e Kroos formavam uma dupla de volantes, com Modric mais avançado.
O Real Madrid apresentava uma variação interessante. Ao invés de começar jogando em seu ataque funcional, os merengues se espalhavam mais em campo em um jogo mais posicional para avançar mais em campo. Esporadicamente, o time se alinhava em um 2-3-5, estrutura bem característica de times posicionais. Assim, o Real Madrid tinha mais controle dos espaços e muitas opções no campo de ataque para desenrolar a jogada.
Já no campo de ataque, o Real Madrid abandonava de vez essa estrutura posicional e se alinhava em seu tradicional ataque funcional. Para ter controle no terço final, Ancelotti aglomerava seus jogadores pelo lado esquerdo do campo e dava bastante liberdade a eles para circular. Kroos e Tchouaméni ficavam na base da jogada e frequentemente ganhavam a companhia de Alaba por lá. Mendy atacava mais por dentro, deixando Vini Jr. em sua posição favorita: a ponta-esquerda. Modric era o meia mais avançado e circulava livremente pelo campo de ataque, com Benzema no comando do ataque. Pelo esvaziado lado direito, Valverde e Militão ficavam preparados para serem acionados em uma inversão de bola.
O Villarreal, por sua vez, seguia fielmente a ideologia cruyffista e posicional de seu treinador Quique Setién. Desse modo, o time da casa espalhava bastante seus jogadores em campo. Além disso, os jogadores se movimentavam bastante, trocando de posição sem alterar o 3-1-6 que Quique Setién armou para a partida. O Villarreal começava com Foyth, Albiol e Pau Torres como trio de zaga, Parejo à frente e uma linha de atacantes com Chukwueze, Coquelin, Moreno, Baena, Yéremy Pino e Alberto Moreno, com muita movimentação entre seus atacantes.
Começo de jogo
A partida começou bem equilibrada, mas mostrava o Villarreal ligeiramente superior. O time valenciano teve algumas boas chances nos primeiros 5 minutos, e teve muito sucesso em incomodar a saída de bola do Real Madrid com a pressão. Com 4 minutos de jogo, o Villarreal conseguiu uma boa roubada de bola no campo de ataque e Alberto Moreno recebeu com espaço na ponta-esquerda. O lateral cruzou rasteiro para Coquelin, dentro da área, e o meio campista chutou de letra, mas a bola bateu na trave.
Depois do “quase-gol” de Coquelin, o Real Madrid começou a ter mais cuidado em seu jogo e, assim, conseguiu sair jogando com mais sucesso e a manter mais a posse de bola. Perto da marca dos 10 minutos, Vini Jr. recebeu a bola no meio de campo e carregou-a até a área. Marcado por três, o brasileiro rolou para Benzema, que atacava a ponta. Benzema passou para Modric, que deu um belo passe para Vinícius que entrava na área. Ele tentou cruzar para Benzema que estava sozinho na área, mas a defesa do Villarreal cortou o cruzamento.
Os 10 minutos seguintes foram marcados por um Real Madrid que tinha total controle do jogo, mas sem conseguir criar muitas chances. A melhor oportunidade dos merengues foi aos 20 minutos de jogo, quando Militão recebeu a bola na ponta e carregou até a área, mas não quis passar para Benzema, livre, e arriscou um chute que foi desviado. Pouco depois, o Villarreal “acordou” no jogo e conseguiu acelerar a jogada e deixar Yéremy Pino cara a cara com Courtois, que fez uma bela defesa. 5 minutos depois, o Villarreal voltaria a ter uma boa chance. Chukwueze recebeu a bola em velocidade, nas costas da defesa do Real Madrid. O nigeriano cruzou para trás para Baena, que bateu de primeira na entrada da área, mas a bola passou muito perto do travessão de Courtois.
Minutos finais do primeiro tempo
Os minutos seguintes à primeira meia hora do jogo mostraram um Villarreal muito mais ativo, que conseguiu ocupar o campo de ataque. O Real Madrid conseguiu desenhar um contragolpe aproveitando o espaço que o Villarreal deixava nas costas da defesa, com Vini e Benzema em uma situação de 2 contra 1 ao enfrentar o zagueiro Albiol. No entanto, Benzema demorou a passar a bola para Vinícius e foi desarmado.
Poucos minutos depois, perto da marca dos 40 minutos, Valverde recebeu a bola pela ponta direita e cruzou-a para Benzema, que escorou para Vinícius. O brasileiro ficou cara-a-cara com Pepe Reina, mas bateu em cima do goleiro. Assim, o Real Madrid perdeu sua primeira grande chance no jogo. Já nos minutos finais, o Villarreal conseguiu construir uma boa jogada. A partir de sua estrutura posicional, o time valenciano rodou a bola pelo campo de ataque e, assim, criou espaços na defesa madridista. O Villarreal deixou Parejo livre na entrada da área, que conseguiu chutar, mas bateu em cima de Courtois.
O primeiro tempo terminou logo depois, mostrando um Villarreal superior. O time da casa manteve 54% da posse de bola na primeira etapa e chutou 8 vezes (contra apenas 4 do Real Madrid), mas apenas uma foi no gol. Na estatística gols esperados, que indica a qualidade das finalizações, o Villarreal acumulou 0,75, contra apenas 0,47 dos visitantes. Assim, o time valenciano controlava o jogo e produzia mais ofensivamente, apesar de ter encarado cerca de 10 minutos de um Real Madrid superior.
Gol relâmpago do Villarreal
A volta para o segundo tempo não poderia ser pior para o Real Madrid. Com apenas 1 minuto da segunda etapa, Mendy errou um passe na saída de bola e Gerard Moreno recuperou a posse para o Villarreal. O atacante rolou a bola para Yéremy Pino, que bateu colocado e, assim, deixou o time valenciano à frente no placar. Mendy até tentou tirar a bola em cima da linha, mas acabou desviando ainda mais a bola para dentro do gol.
A resposta do Real Madrid foi quase imediata, mas não tão efetiva. Apenas um minuto depois do gol, Vinícius Júnior recebeu a bola pela ponta-esquerda e deu um belo passe para Benzema. O francês ficou livre dentro da área, mas bateu para fora. Em seguida, o Real Madrid teve mais duas boas chances nos 5 minutos seguintes, ambas com bolas levantadas na área para Benzema, mas a defesa do Villarreal conseguiu cortá-las.
Aos 10 minutos do segundo tempo, o Real Madrid desperdiçou uma chance de ouro. Alaba levantou a bola na área para Vinícius Júnior na ponta-esquerda, que cruzou para trás. A bola desviou nos defensores do Villarreal e sobrou para Benzema, que tinha o gol aberto à sua frente. O francês dominou a bola e bateu no gol, mas o lateral Foyth se jogou na frente da bola e mandou-a para escanteio. No entanto, o VAR apontou um toque de mão do próprio Foyth no lance anterior, quando a bola foi lançada para Vinícius Júnior. O juiz, após consultar o lance, confirmou o pênalti. Benzema cobrou o pênalti com tranquilidade e converteu-o, empatando o jogo e se redimindo após ter perdido o gol no lance anterior.
Balde de água fria para o Real Madrid
A felicidade do Real Madrid durou pouco. Logo depois de ter empatado o jogo, Alaba ficou no mano a mano com um atacante do Villarreal e escorregou na hora que o atacante tentou o passe. Assim, a bola acabou batendo na mão do zagueiro e o juiz marcou o pênalti imediatamente. Na cobrança, Gerard Moreno bateu tranquilamente, deslocando Courtois e recolocando o Villarreal na vantagem poucos minutos depois do empate do Real Madrid.
Logo depois de tomar o gol, o Real Madrid fez duas alterações. Lucas Vázquez entrou no lugar de Tchouaméni e Rodrygo entrou no lugar de Mendy. Com essas mudanças, Ancelotti fez várias mudanças na estrutura de seu time. Ele empurrou Alaba para a lateral-esquerda, deixou Rüdiger e Militão na dupla de zaga e colocou Vázquez na lateral direita. Com a saída de Tchouaméni, Kroos passou a ser o primeiro volante e Valverde foi para o meio de campo, liberando a ponta-direita para Rodrygo. Pouco depois dessas alterações, Ancelotti colocou Camavinga em campo no lugar de Modric.
Com meia hora do segundo tempo, o Real Madrid teve mais uma boa chance para empatar o jogo. Depois de uma cobrança de falta, Valverde recebeu a bola pela ponta-direita e cruzou para Rodrygo, que invadia a área. Pepe Reina deixou a bola passar e o brasileiro conseguiu desviar, mas a bola passou na frente do gol. Pouco depois, o Villarreal conseguiu um belo contra-ataque e ficou em situação de 3 contra 1, mas Pedraza demorou demais para passar a bola e o time da casa desperdiçou a oportunidade.
Minutos finais
Perto dos 40 minutos, Ancelotti realizou sua última alteração, tirando Valverde e colocando Asensio. Assim, o Real Madrid partia para um 4-2-3-1, com Kroos e Camavinga como dupla de volantes e Asensio, Rodrygo, Vini Jr. e Benzema no ataque.
Os minutos finais mostravam um Real Madrid que se lançava ao ataque para tentar um empate e um Villarreal que se defendia sem se preocupar tanto em ampliar sua vantagem. O Real Madrid teve uma bela chance aos 42 minutos de jogo quando Camavinga recuperou a bola no campo de ataque e deu um belo passe para Vinícius Júnior. O brasileiro ficou cara-a-cara com Pepe Reina e tentou encobrir o goleiro, mas a bola acabou passando por cima do gol.
O Villarreal conseguiu uma boa chance em um contra-ataque nos segundos finais do tempo regulamentar, quando o time da casa se viu em uma situação de 3 contra 3. A bola acabou ficando com Chukwueze na ponta-direita, que bateu em cima de Courtois e acabou ganhando um escanteio. O juiz deu 7 minutos de acréscimos, mas o Real Madrid não conseguiu aproveitar o tempo que tinha e saiu de campo derrotado. No último lance da partida, os merengues conseguiram um escanteio e Courtois foi para a área para tentar empatar. Asensio acabou errando um chute e a bola sobrou para Danjuma. O atacante carregou até o campo de ataque e tocou contra o gol vazio, mas acabou errando e o jogo acabou com 2 a 1 no placar.
Apesar de ter sido melhor no segundo tempo, o Villarreal não sentia necessidade de se lançar ao ataque por estar à frente no placar. Assim, o time da casa teve muito sucesso em superar os merengues nos primeiros 60 minutos de jogo e se segurar nos últimos 30. Agora o Real Madrid volta suas atenções para a Supercopa da Espanha, mas sem perder de vista a possível revanche contra o Villarreal em 18 de janeiro, pela Copa do Rei.
Ficha técnica
Villarreal 2×1 Real Madrid
Data: 7 de janeiro de 2023
Local: Estádio de la Cerámica, Vila-real (ESP)
Gols: Yéremy Pino 46′, Gerard Moreno 62′ | Benzema 59′
Villarreal: Pepe Reina; Foyth, Raúl Albiol, Pau Torres, Alberto Moreno (Pedraza); Parejo, Coquelin (Trigueros), Baena; Chukwueze, Gerard Moreno (Danjuma), Yerémy Pino (Morales). Treinador: Quique Setién.
Real Madrid: Courtois; Militão, Rüdiger, Alaba, Mendy (Rodrygo); Modric (Camavinga), Tchouaméni (Vázquez), Kroos, Valverde (Asensio); Vinícius Júnior e Benzema. Treinador: Carlo Ancelotti.
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