Em entrevista, Carvajal fala sobre a última vitoriosa temporada pelo Real Madrid
Na última quarta-feira (22), Dani Carvajal deu entrevista exclusiva para o diário As onde falou sobre as conquistas da última temporada. Nesse sentido, deu destaque para a Champions que foi a quinta de sua carreira pelo clube merengue. “O Real Madrid não perde finais, espero que nossa torcida possa estar em Istambul para a conquista da 15ª Champions”, disse o espanhol.
Confira as demais declarações de Carvajal
Cinco títulos de Champions como titular: “Eu me sinto muito orgulhoso e, apenas um dado, Karim e Modric são os únicos que podem competir comigo. Estou muito feliz por ter ajudado a equipe a ganhar as cinco estando entre os onze titulares. Em um clube como o Real Madrid é difícil estar tantos anos entre os titulares. Assim como já estiveram Marcelo, Ramos, Casillas, Raúl. Principalmente com a exigência dessa camisa. Então tem que se valorizar”.
Champions: “Nos estávamos em um bom grupo ali na fase de grupos. A derrota para o Sheriff nos complicou, mas conseguimos contornar e fomos os primeiros do grupo. Esperávamos um sorteio mais tranquilo, até tivemos. Mas então veio o PSG. Esse jogo definiu tudo. No primeiro jogo não fomos bem, e perder por um gol não foi ruim já que nós nem chutamos no gol. No jogo de volta estávamos igual, sofremos um gol. Então a magia da equipe, a pressão do Karim, o erro do Donnarumma…. então vimos essa janela aberta. Nós nos demos conta, os jogadores mais jovens também, principalmente aqueles que ainda não tinham vivido uma noite mágica de Champions e da força do Bernabéu. E assim foi, parecia que gostávamos de sofrer para poder virar o jogo. Como contra o Chelsea, que tínhamos a vantagem do primeiro jogo. Jogos assim, quando se tem vantagem, são os mais difíceis de jogar. Porque seu adversário vai vir pra cima e você não pode relaxar. E depois veio o City e você pode imaginar a magia. Dois gols e dois minutos, em busca da prorrogação. E ali na prorrogação tínhamos certeza que iriamos passar”.
Histórico na competição e lances decisivos
Cruzamento para o gol da virada contra o City: “É claro que todos nós demos nossa contribuição para que estivéssemos na final. Os que jogaram mais, os que jogaram menos, todos foram importantes. Isso era visível desde o banco de reservas, o apoio era mútuo. Contra o Chelsea terminei o jogo como zagueiro, algo inédito para mim. Isso é bom para o elenco, pois amplia as possibilidades. Acho que essas experiências fazem bem, principalmente após tantos anos nestes jogos que colocam sua concentração lá em cima. Querer é poder, e se as coisas saem bem, você obtém a merecida recompensa”.
Condição física para a final em Paris: “Cheguei bem. Eu queria honrar essas quatro Champions que carrego comigo. Era a primeira final do Luis Díaz, sabia do perigo que ele poderia causar. Então fiquei em cima dele e acredito que ganhei dele em boa parte do jogo. E, claro, sem esquecer de Courtois que nos salvou várias vezes”.
Retrospecto do Real Madrid em finais: “Acho que o adversário sente mais isso do que nós. Nós vamos lá e lutamos por tudo. Mesmo sabendo que nós, talvez, não estamos bem. Mas naquele momento sabemos que nossas chances chegaram. Então seguimos com essa mentalidade e conseguimos vencer. Isso impacta no adversário no sentido de que: “Vou enfrentar o Madrid, e o Madrid não perde finais”. Em Paris marcamos um gol num jogo complicado. Tínhamos que aproveitar os espaços deixados por eles, a chave do jogo foi controlar bem o tempo para conquistar o título”.
Próxima temporada, lesões…
Ingressos para a próxima final já comprados por alguns merengues: “Eu os apoio. Nós vamos tentar chegar a final, isso seria fantástico, mas vamos com calma. Tem muito trabalho pela frente, nossos adversários estão se reforçando bem. Eu acho incrível quando me dizem: “Eu fui em todas as finais, e nós ganhamos todas”. Acho que é uma lembrança inesquecível”.
Recentes lesões: “Vários fatores influenciam. Primeiro, graças ao trabalho da nutricionista que constatou que o glúten não era benéfico para mim, pois me deixava mais suscetível a lesões. Depois também graças ao trabalho do fisioterapeuta. Antes de ter esse trabalho, isso exigia muito mais oxigênio que sangue e me prejudicava”.
Titular da lateral-direita do Real Madrid: “Nunca é fácil, é normal que o clube queira contratar jovens para reforçar o elenco. Os anos passam para todos. O clube está fazendo um trabalho fantástico com Rodrygo, Vini, Asensio, no dia a dia. Assim como tem contratado jogadores com experiência como Alaba, Rüdiger que vieram de graça, sem esquecer de Tchouaméni”.
Ancelotti e ‘El Clásico’
Trabalho de Carlo Ancelotti: “Ele é um líder e uma referência. Quando ele fala todo mundo para ouvi-lo. Ele trabalha de forma harmônica, entre os que jogam mais e os que jogam menos. Tentando sempre ouvir cada um, ele foi jogador e sabe que jogar não é uma situação ideal. É um grande treinador, sabe como dirigir os jogos, mas ele se destaca mesmo na forma como trabalha com os jogadores”.
Derrota no ‘El Clásico’: “O Barcelona foi melhor nesse jogo. É complicado sofrer uma derrota em casa, contra seu maior rival com um resultado expressivo. A pausa para a Data FIFA nos fez bem. E claro, Ancelotti nos transmitiu confiança e tranquilidade. Ele disse: “São apenas três pontos, se vamos a Vigo e perdemos, são apenas três pontos. Nós trabalhamos e nos esforçamos para poder ganhar esse jogo”. Essa mensagem dele foi a chave para ganhar em Vigo, mas acredito que nos ganhamos a liga contra o Sevilla, quando vencemos de virada e no dia seguinte o Barcelona perdeu em casa para o Cádiz”.
Dúvidas da capacidade do Real Madrid, apesar dos títulos: “Sabe o que acontece, é que quando se ganha, poucos reconhecem que seu adversário ou rival mereceu. No futebol não ganha quem tem mais chutes a gol ou quem tem mais posse de bola, ou o que dá mais passes em campo. Ganha quem marca gols e nisso nós fomos os melhores. Mas não apenas nessa temporada, pois ganhamos cinco Champions das últimas nove edições. Temos que respeitar as opiniões. Acredito que provavelmente nós tenhamos um dos melhores elencos do mundo e essa força me faz acreditar nisso. O próprio Guardiola disse isso. Não é todo mundo que tem isso”.
Santiago Bernabéu, jogadores veteranos…
Qualidade dos jogadores veteranos como Luka Modric e Karim Benzema: “São os melhores. Com a equipe eles gostam de ajudar e também sabem jogar contra adversários superiores. Às vezes você tem que se unir e jogar de outra forma em busca de espaços. Se tudo fosse A ou B, seria muito chato. Ou se todos jogassem igual. O bonito do futebol é isso, a diversidade de táticas, pois cada jogo você tem uma forma de encarar diferente. Acho que temos que valorizar o que fazemos. Mas, se alguns dizem, respeito a opinião, mas não concordo”.
Força do clube no Bernabéu: “Eu acredito que esse ano a torcida foi fundamental para conseguir a LaLiga e a Champions. O City marca aos 75′, e você precisa de dois gols para virar. E todo mundo sabia o que podia acontecer. Isso nos deu asas, energia para poder virar o jogo. Foi muito graças a isso”.
Um dos capitães da equipe: “Estou muito animado e feliz por fazer parte do grupo dos quatro capitães. Estou feliz por poder ter essa oportunidade de lutar por meus companheiros. E mais feliz ainda por saber que, mesmo com o passar do tempo, sigo sendo importante para o clube”.
Benzema, jovens e mais
Karim Benzema e a Bola de Euro: “Qualquer outro candidato está muito longe dele. Não apenas por tudo o que fez por nós, pelo que nos ajudou a conseguir, mas ele foi uma parte importante. Ele foi quem nos levou aos êxitos: com os gols que marcou, as assistências que deu. Quem viu Karim não tem dúvidas que a Bola de Ouro é sua”.
Temporada dos jovens: “Nós que treinamos com Vini sabemos do seu potencial. E esse ano ele demonstrou isso. O mundo inteiro viu e, como bem disse Karim, ele pode estar entre os cinco melhores do mundo. Mas quero destacar tudo o que passou, chegou jovem enfrentou muita coisa, principalmente brincadeiras com sua efetividade quando chegava ao gol. Isso não é fácil, ser tão jovem e vestir a camisa do Real Madrid. Você tem medo de falhar e continuar sendo você. Mas ele fez disso uma motivação e seguiu em frente. Ele tem meu respeito e espero que fique aqui muitos anos”.
Hazard e Espanha na Copa
Expectativas para o futuro de Hazard: “Acredito que fará uma boa temporada. Quando ele superar esse problema, também esteja forte mentalmente. E tenha ritmo, vai adquirindo isso jogo a jogo. Ele passou por um calvário. Mas sempre que estava ali em Valdebebas entregava seu melhor sempre, muito positivo e nunca de cara fechada”.
Chances da Espanha na Copa do Mundo: “Estamos animados. O treinador montou um bom grupo e queremos que as pessoas voltem a acreditar. Na Eurocopa chegamos nas semis. Ficamos no meio do caminho nos pênaltis. Será uma copa diferente, perto do Natal, inverno na Espanha. Estamos entre os seis candidatos a ganhar”.