O time de Carlo Ancelotti perdia o jogo até os 44 do segundo tempo, quando Rodrygo marcou 2 gols em 2 minutos
O Real Madrid recebeu o Manchester City no Santiago Bernabéu no jogo de volta das semifinais da Champions. Valendo vaga na decisão, a partida foi marcada por mais uma virada épica do Real Madrid nessa edição do campeonato, contando com uma atuação mágica de Rodrygo e mais uma vez Benzema decisivo.
Com o 4 a 3 no jogo de ida, o Real Madrid precisava de uma vitória com um gol de diferença para forçar uma prorrogação, e com dois gols de diferença para se classificar. No entanto, o Manchester City abriu o placar já na reta final do segundo tempo e dificultou muito a missão do Real Madrid.
Foi apenas aos 44 do segundo tempo que Rodrygo empatou o jogo e incendiou o Bernabéu. Com a ajuda da torcida, Rodrygo marcou aos 46, já nos acréscimos, forçando assim a prorrogação. Já no tempo extra, Benzema sofreu um pênalti nos minutos iniciais e converteu a penalidade para marcar o gol da virada. Além disso, o francês se igualou a Cristiano Ronaldo como os maiores artilheiros de uma edição de mata-mata da Champions, ambos com 10 gols. O camisa 9, porém, pode aumentar essa marca na final, em 28 de maio contra o Liverpool.
Escalações
O Real Madrid contou com o retorno de Casemiro para a partida, que foi desfalque no jogo de ida. No entanto, o zagueiro Alaba teve uma recaída em sua lesão e, mesmo sendo convocado, não figurou entre os 11 titulares e foi substituído por Nacho. Courtois foi o titular no gol, Militão formava a zaga com Nacho e Carvajal e Mendy compunham a lateral. O tradicional trio Kroos, Modric e Casemiro ganhou a companhia de Valverde, enquanto Benzema e Vinícius Júnior comandavam o ataque.
O Manchester City voltou a ter à sua disposição seu time ideal e foi a campo com força máxima. Ederson começou no gol e Rúben Dias era o companheiro de Laporta na zaga. Cancelo e Walker voltaram às laterais e Rodri foi o volante titular. De Bruyne e Bernardo Silva formavam o meio de campo e o trio de ataque contava com Mahrez, Foden e Gabriel Jesus.
Estrutura tática dos times
O Manchester City se defendia em seu tradicional 4-4-2, com Mahrez e Foden fechando a segunda linha de 4 no meio de campo pelos lados com Rodri e Bernardo Silva por dentro, e De Bruyne e Gabriel Jesus como a dupla mais avançada. Ao atacar, o Manchester City atuava com laterais invertidos, atuando por dentro próximos de Rodri. Além disso, os meias Bernardo Silva e De Bruyne avançavam e formavam uma linha de 5 atacantes com os pontas e o centroavante.
O Real Madrid, por sua vez, continuou com uma estrutura conhecida. Federico Valverde, novidade na escalação, se posicionava entre a ponta-direita e o meio de campo. A função do uruguaio era bem clara: encorpar o meio de campo adicionando mais força física, auxiliando Modric e Carvajal na marcação do lado direito, mas também se juntava ao ataque e funcionava como um infiltrador quando o Real Madrid tinha a bola.
Benzema comandava a linha ofensiva e Vinícius Júnior começava aberto na esquerda, pronto para cortar pra dentro. Os laterais Mendy e Carvajal se alternavam em atacar por dentro e por fora e Modric era a principal arma para o Real Madrid avançar em campo com sua condução de bola. Kroos ficava mais recuado e, desse modo, auxiliava a saída de bola com os zagueiros. Sem a bola, o Real Madrid também se postava em um 4-4-2, com Modric se juntando a Benzema na dupla mais avançada e Vinícius e Valverde fechando os lados.
Começo do primeiro tempo e cenário esperado
O Manchester City, desenhado em seu 2-3-5, apostava em uma construção mais calma com mais posse de bola. Bernardo Silva revezava com De Bruyne para auxiliar a saída de bola. O Real Madrid continuava em seu estilo mais reativo, mas Carlo Ancelotti armou o time com uma marcação mais agressiva e avançada. Desse modo, o time da casa conseguia ter mais a bola e não dependia tanto dos contra-ataques, embora apostasse em ataques rápidos.
O primeiro tempo começou equilibrado com chance para as duas equipes, com destaque a uma cabeçada de Benzema que chegou livre na bola após cruzamento de Carvajal, mas mandou a bola pra fora. O Real Madrid, com ataques rápidos, chegava no campo de ataque principalmente através da condução de bola de Modric e corridas de Vinícius Júnior, Valverde e dos laterais. O City, por sua vez, encontrava espaço entrelinhas com os meias e nas laterais com os pontas, e começou com uma marcação muito agressiva para recuperar a bola mais à frente.
A proatividade do City deu uma resposta rápida, já que os ingleses produziram 10 jogadas ofensivas nos primeiros 20 minutos. As duas grandes chances do time visitante vieram aos 19 minutos, com um chute de Bernardo Silva que Courtois conseguiu defender, e com uma finalização de fora da área de Gabriel Jesus. O Real Madrid conseguia superar uma primeira linha de pressão do Manchester City através da troca de passes. Porém, o Manchester City tinha muito sucesso em recuperar a bola na intermediária do Real Madrid. Assim, os ingleses bloqueavam a troca de passes do clube merengue em um momento mais avançado e o Real Madrid enfrentava dificuldades para avançar.
Fim de primeiro tempo monótono
O Real Madrid, tentando frear a movimentação do City entre as linhas, passou a se defender em um 4-2-3-1, com Casemiro e Kroos como os volantes e Modric ao lado de Valverde e Vinícius. No entanto, o time de Ancelotti voltava ao 4-4-2 para pressionar a saída de bola do City.
Depois da primeira meia hora, o jogo ficou mais controlado e o cenário mudou. O 4-2-3-1 sem a bola do Real Madrid veio com um aumento na intensidade da marcação dos merengues. Assim, o time de Ancelotti começou a encaixar mais a marcação avançada e cercar mais a saída de bola adversária. Frente a essa mudança de postura do Real Madrid, Guardiola implementou uma variação na forma de atacar de seu time. O Manchester City aproveitava a pressão alta dos donos da casa para atrair a marcação do Real Madrid e atacar o espaço nas costas da defesa.
Nessa nova mecânica de ataque, a presença de Gabriel Jesus como um atacante mais fixo era importante, e assim ele gerou uma grande chance para Phil Foden. O brasileiro recebeu uma bola longa e a dominou facilmente, permitindo que Foden conseguisse chutar de fora da área, exigindo uma grande defesa de Courtois. O Real Madrid continuava tentando encaixar os contra-ataques, e conseguiu uma grande chance com Benzema, que ficou cara-a-cara com Ederson. O francês chutou por cima do gol, mas o bandeirinha já tinha marcado impedimento.
Já na reta final do primeiro tempo, Foden trocou de lugar com Gabriel Jesus no ataque do City e o brasileiro passou a jogar na ponta-esquerda, enquanto o inglês passou a ser o falso 9. A mudança não surtiu efeito imediato e os ingleses não encaixaram ataques perigosos. A última grande chance do primeiro tempo foi do Real Madrid, em um cruzamento para a área.
Começo do segundo tempo e Real Madrid mais agressivo
Ambas as equipes voltaram sem alterações para a segunda etapa e mantiveram o cenário do fim do primeiro tempo. O Real Madrid começou a parte final do jogo com uma jogada ensaiada na saída de bola, com um lançamento de Kroos para Carvajal atacar a ponta direita. O lateral espanhol cruzou para a área e Vinícius Júnior finalizou sozinho, mas a bola foi pra fora.
Mesmo sem alterações, o Real Madrid tentou emplacar um ritmo intenso no começo do segundo tempo, mantendo a marcação agressiva e acelerando as jogadas ofensivas. A posição mais avançada de Modric no 4-2-3-1 sem a bola do Real Madrid permitia que o croata marcasse Rodri e, assim, dificultasse mais a saída de bola adversária. No entanto, o time merengue continuava com dificuldades de marcar o Manchester City no campo de defesa. Assim, os ingleses circulavam a bola com facilidade na intermediária do Real Madrid.
O time merengue cresceu na segunda etapa com uma postura mais agressiva. Vinícius Júnior passou a ser mais acionado e a marcação alta madridista começou a encaixar mais. Com 7 minutos da etapa final, o Real Madrid conseguiu produzir uma jogada perigosa que começou com Vinícius Júnior driblando pela ponta esquerda. O brasileiro invadiu a área e cruzou para trás para Modric, que bateu de fora da área. Rúben Dias, porém, bloqueou o chute. Pouco depois, Casemiro recuperou a bola no meio de campo e enfiou a bola para Vinícius Júnior, que perdeu a bola dentro da área.
Primeiras alterações e gol do City
O Real Madrid foi o primeiro time a realizar uma substituição. Ancelotti tirou Kroos para a entrada de Rodrygo. A mudança empurrou Valverde para o meio de campo, e o brasileiro entrou para atuar na ponta direita. Assim, o Real Madrid se estruturava em um 4-3-3 mais simétrico. Com a entrada de Rodrygo, o time merengue tentava quebrar o ritmo de jogo do Manchester City, que tentava cadenciar e esfriar a partida.
Pouco depois, foi a vez do Manchester City realizar alterações. Zinchenko entrou no lugar de Walker, que se machucou em uma dividida com Vinícius Júnior. Além disso, Guardiola tirou De Bruyne para a entrada de Gundogan. Desse modo, Cancelo passava para a lateral direita para que Zinchenko atuasse pela esquerda, enquanto Gundogan assumia a posição de meia avançado de De Bruyne.
As alterações de Guardiola surtiram efeito imediato. Zinchenko e Gundogan trocaram passes pelo lado esquerdo do campo e acionaram Bernardo Silva, que carregou a bola e puxou o contra-ataque. O meia português enfiou a bola para Mahrez, que recebeu sozinho e bateu com força para abrir assim o placar para os ingleses.
Ancelotti respondeu com mais duas alterações. O italiano tirou Casemiro para a entrada do espanhol Asensio e tirou Modric para a entrada de Camavinga. O Real Madrid continuou em um 4-3-3, com Camavinga como o primeiro volante e Asensio como meio-campista ao lado de Valverde.
Momento iluminado de Rodrygo e virada épica do Real Madrid
O Real Madrid apresentava dificuldades em quebrar o ritmo calmo e cadenciado do Manchester City, mesmo após as alterações. Benzema teve mais uma chance dentro da área, mas Ederson bloqueou a finalização. Além disso, o bandeirinha sinalizou impedimento do atacante mais uma vez.
O Manchester City continuou controlando o jogo, circulando a bola com calma sem enfrentar dificuldades. Já na reta final, Mahrez saiu para a entrada do volante Fernandinho e Gabriel Jesus saiu para a entrada de Jack Grealish. O inglês teve duas chances atacando a ponta esquerda. Na primeira, Mendy tirou a bola em cima da linha e, na segunda, Courtois defendeu com o pé. Além disso, Cancelo deu um chute forte de fora da área, mas Courtois fez uma grande defesa e mais uma vez evitou o segundo gol do City.
As duas grandes defesas de Courtois e a tirada de Mendy em cima da linha se mostrariam muito importantes poucos minutos depois. O Real Madrid, já nos momentos finais, conseguiu se colocar no campo de ataque e empurrou a defesa do Manchester City para trás. Camavinga lançou Benzema nas costas da defesa, que escorou a bola para o meio da área e Rodrygo finalizou para empatar o jogo aos 44 do segundo tempo.
O gol de Rodrygo explodiu o Santiago Bernabéu e colocou o Real Madrid de volta ao jogo, já que precisava apenas de um gol para empatar a eliminatória. Os jogadores sentiram a energia da torcida e a resposta viria logo depois. No primeiro minuto dos acréscimos, Carvajal cruzou para a área, Asensio tocou na bola de cabeça e Rodrygo cabeceou para marcar o segundo gol do Real Madrid e sacramentar mais um momento épico do time nessa Champions. Desse modo, o brasileiro forçou a prorrogação.
Começo da prorrogação, virada do Real Madrid e recorde de Benzema
O início da prorrogação começou com o Real Madrid mantendo o ritmo alucinante dos minutos finais do segundo tempo, que rapidamente deu resultado. Com apenas 3 minutos de prorrogação, Camavinga carregou a bola pelo lado direito e deu um passe longo para Rodrygo, que cruzou para Benzema dentro da área. Rúben Dias chegou para dividir a bola com o francês, mas chegou atrasado e cometeu o pênalti. O camisa 9 do Real Madrid bateu no canto esquerdo do gol e converteu a penalidade, confirmando assim a virada do Real Madrid.
O gol de Benzema, além de sacramentar a virada do Real Madrid, simbolizou duas marcas importantes para o atacante francês. Além de igualar Lewandowski como o terceiro maior artilheiro da Champions, Benzema igualou Cristiano Ronaldo como os únicos jogadores a marcar 10 gols em um único mata-mata da competição.
Após o gol do Real Madrid, o Manchester City se lançou ao ataque, mas sem conseguir produzir grandes chances. Guardiola tirou o volante Rodri para a entrada do ponta Sterling, que passou a atuar pela direita. Grealish se revezava com Zinchenko para atacar a ponta esquerda por dentro ou por fora, e Gundogan, Foden e Bernardo Silva circulavam por dentro.
O Real Madrid marcava com uma linha baixa, em um 4-4-2 que negava os espaços ao City por dentro. Desse modo, o City tinha volume ofensivo, mas conseguiu apenas uma grande chance, em uma cabeçada de Phil Foden que exigiu uma grande defesa de Courtois. No final do primeiro tempo da prorrogação, Ancelotti tirou Benzema para a entrada do meia Ceballos, buscando uma solidez defensiva maior.
Segundo tempo da prorrogação e jogo travado
A segunda etapa da prorrogação continuou com o mesmo cenário dos últimos 15 minutos: o Real Madrid focava em se defender e negar os espaços para o Manchester City, que tentava desorientar a defesa merengue com muita movimentação. Além disso, o time inglês também apostava em jogadas velozes para atacar o espaço nas costas das linhas de marcação do Real Madrid. Logo no começo do segundo tempo, Sterling foi lançado e invadiu a área, mas Nacho desarmou o inglês.
O Real Madrid continuava em seu 4-4-2 sem a bola, mas com Asensio e Ceballos como dupla avançada. Valverde e Camavinga eram os dois volantes e os brasileiros Vinícius e Rodrygo fechavam as laterais. Na reta final da prorrogação, o Real Madrid, além de bloquear ataques do City, começou a encaixar alguns contra-ataques para incomodar a linha de defesa do Manchester City.
Com 10 minutos da prorrogação, Ancelotti realizou as duas últimas alterações no time. Vallejo entrou para a saída de Militão, lesionado. Além disso, Vinícius sofreu muito com o desgaste físico e saiu para a entrada de Lucas Vázquez. Com a saída de Vinícius Júnior, o Real Madrid perdeu parte de sua força ofensiva e parou de puxar contragolpes.
O Manchester City, desesperado, tentava achar o gol que devolvesse o empate na eliminatória através de jogadas de bola longa. O Real Madrid, fechado em uma marcação na linha baixa, fechava os espaços e forçava os ingleses a circular a bola com mais calma, mas a pressão da prorrogação acabando forçou o City a tentar jogadas mais diretas. No entanto, a falta de uma referência no ataque do City diminuiu a precisão desse tipo de jogada e o time inglês não conseguiu produzir nenhuma finalização no segundo tempo da prorrogação.
Final de jogo e Real Madrid classificado
A noite épica de Rodrygo e a virada alucinante de Benzema sacramentaram o resultado, já que, na prorrogação, o City produziu apenas três finalizações e uma grande chance. Em uma eliminatória eletrizante de 11 gols nos dois jogos, o Real Madrid soube crescer no momento decisivo e conseguiu sair de campo com o passaporte carimbado para a final.
Com o Campeonato Espanhol já decidido, o Real Madrid direciona todo seu foco para a decisão da Champions League, em 28 de maio. O jogo será no Stade de France, em Paris, e o rival será o Liverpool. O calendário favorece o Real Madrid, já que os reds estão disputando acirradamente a Premier League com o Manchester City e decidirão a Copa da Inglaterra contra o Chelsea em 14 de maio. O jogo será o nono confronto entre Real Madrid e Liverpool, e a terceira vez que os times decidem uma Champions League.
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